Bombeiros voluntários de Joinville prestam última homenagem ao ex-presidente Mário Kruger

Por: Gabriel Junior

26/03/2018 - 13:03 - Atualizada em: 26/03/2018 - 13:22

O Corpo de Bombeiros Voluntários (CBVJ) e diretores da Associação Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville (ACBVJ) prestaram as últimas homenagens, na manhã desta segunda-feira (26) ao empresário Mário Kruger, ex-presidente da entidade por cinco anos e sete meses, mas que esteve envolvido com a causa e modelo dos bombeiros voluntários do Estado por mais de 30 anos – atualmente membro nato do CBVJ. Mário Kruger morreu na madrugada de domingo (25) no Hospital Unimed.

Em encontro na Acij, há cinco anos, o presidente da Associação, Moacir Thomazi (C) com os diretores José Carlos Meinert (à esq.) e Mario Kruger | Foto Arquivo CBVJ

Um grupo de bombeiros voluntários fez a Guarda de Honra, na capela mortuária, usando o fardamento de gala do primeiro centenário da corporação (1992) quando Mário Kruger era vice-presidente da entidade. Os bombeiros também conduziram o caixão até a sepultura. O enterro ocorreu às 9h30 no Cemitério Municipal de Joinville. Ele deixa a esposa Lana, a filha Mônica, o genro Alceu Poffo e dois netos.

O presidente da Associação, Moacir Thomazi, descreveu o amigo e colega na corporação como dedicado, lembrando o momento difícil da sua gestão por conta da escassez de recursos na década de 1990. “O Mário, além de um profissional competente e dedicado, se entregava por inteiro àquilo que fazia. Cumpria as missões que lhe eram atribuídas por mais espinhosas que fossem. Dedicava-se ao trabalho voluntário com a mesma determinação e competência”, disse. “Presidiu a corporação num momento difícil, superou todas as adversidades, tendo contribuído de maneira decisiva para que os bombeiros voluntários pudessem alcançar o patamar onde hoje se encontram. Fará muita falta.”

José Henrique Carneiro de Loyola, empresário, ex-senador da República, ex-presidente da Associação Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville também lamentou a perda do amigo e companheiro na gestão da Associação. “Esta é uma grande perda para todos nós, que acreditamos no modelo do Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville e trabalhamos para que ele se fortaleça constantemente. Mário Kruger conduziu a corporação com competência, contribuindo para que ela chegasse aos dias de hoje como um símbolo do voluntariado e de Joinville. Vai fazer muita falta!”

Dia a dia da corporação

Também emocionado, o ex-comandante do Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville no período de junho de 1998 a junho de 2006, Valmor Maliceski, destacou o espírito colaborativo do ex-presidente. “Seu Mário estava sempre conosco, acompanhava o dia a dia da corporação. Era um homem gentil, humilde. Ele respondia pela Associação, mas, ao mesmo tempo, estava conosco no operacional”.

Maliceski conviveu com Mário Kruger enquanto bombeiro; depois, como ajudante de ordens do então comandante Arthur Zietz; na sequência, no posto de comandante do CBVJ e, mais recentemente, ambos no quadro de membros natos. “Ele estava sempre disponível para a causa dos bombeiros. Foi assim desde o período em que foi presidente interino da Associação”, disse, referindo ao período de licença do então presidente José Henrique Loyola. “Ele deixa um exemplo de humildade. Como presidente, nunca se colocou acima dos bombeiros.”

Um modelo para voluntário

Para o ex-comandante do CBVJ no período de junho de 2006 a fevereiro de 2015 e atualmente executivo da Associação dos Bombeiros Voluntários de Santa Catarina (Abvesc), Heitor Ribeiro Filho, Mário Kruger será lembrado sempre como um importante presidente para o modelo voluntário. “Administrador impecável, sempre conduziu as questões dos bombeiros voluntários com muita responsabilidade e maestria”, recordou. “Tinha verdadeira paixão pela causa.

Assim como Thomazi, Ribeiro Filho lembrou que Mario Kruger presidiu a Associação em momento difícil para bombeiros, mas nunca diminuiu a esperança em função dos problemas e sempre lutou pelo melhor para os voluntários, mesmo quando já havia deixado a cadeira de presidente.

“Mas a ‘marca’ do sr. Mário foi a bondade! Pessoa de muita simplicidade, humildade, acesso fácil e preocupado com os outros. Sempre defendeu o melhor para todos e de forma igualitária,” destacou. “Sou grato pela oportunidade de ter me relacionado com uma pessoa com tantos valores e virtudes; também pelo apoio que me deu para desempenhar as funções que exerci. Muito obrigado sr. Mário!”

Uma grande liderança

O coordenador do Centro de Atividades Técnicas (CAT) e bombeiro voluntário há 33 anos, Luciano Mendonça Seiler também teve uma convivência próxima com o ex-presidente, desde a gestão como vice-presidente na administração de José Henrique Loyola (1991 a 1995 e 1997 a 1998). “Com ele muito aprendi e o admiro por sua grande capacidade de liderar por seu exemplo, bondade, retidão e responsabilidade com a causa dos bombeiros voluntários,” resumiu.

Mendonça descreveu Mario Kruger como “um homem de grande coração, que sempre cumprimentava, conversava e atendia a todos, sem fazer distinção de cargo ou posição hierárquica na corporação.”

“O seu falecimento muito nos entristece. Nossa cidade fica mais pobre de grandes homens, mas nos conforta em saber que o céu se fortalece ao receber este grande homem e cidadão, que certamente irá por nós todos olhar e vigiar onde estiver,” disse.

Quem foi Mario Kruger para a Associação Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville 

Mário Kruger exerceu a função de presidente interino da Associação por um ano e sete meses em substituição a Henrique Loyola, de maio de 1995 a dezembro de 1997, quando este se licenciou para ocupar uma vaga no Senado e, posteriormente, para participar da campanha como vice-prefeito de Joinville.

Mário Kruger exerceu a função de presidente interino da Associação por um ano e sete meses | Foto ABVESC

Em junho de 2004 voltou a ocupar o cargo como representante da Associação Empresarial de Joinville (Acij). Em agosto de 2006 foi reeleito para o segundo mandato, encerrado em junho de 2008.

Na primeira gestão, a Associação enfrentou grave crise de repasses financeiros oriundos do governo do Estado, em decorrência da lei 21/2003. Mesmo assim, as atividades operacionais e de instrução foram mantidas. Graças a ação movida pela OAB, a corporação de Joinville e as demais do Estado conseguiram preservar os convênios com o governo do Estado, em 2005.

Também foi na gestão de Mário Kruger que a corporação adotou o sistema de radiocomunicação, um investimento de vulto na época. Em 2007, quando o CBVJ completou 115 anos, a Sociedade desenvolveu estudo no sentido de definir o seu plano estratégico técnico-operacional.

Em 2001 o empresário recebeu a Ordem da Machadinha, honraria instituída em 1952 para agraciar pessoas físicas e jurídicas que efetivamente colaboraram com a manutenção do Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville.

*Com informações da assessoria de imprensa