Auditores continuam inspeção em filial de frigorífico em Jaraguá do Sul

Foto: William Fritzke/OCP

Por: OCP News Jaraguá do Sul

22/03/2017 - 09:03 - Atualizada em: 22/03/2017 - 09:28

Foto: William Fritzke/OCP 

Três auditores e um técnico de inspeção do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) continuam a autoria na filial da Peccin Agro Industrial, localizada no bairro Santa Luzia, em Jaraguá do Sul. A inspeção está sendo realizada para verificar se há irregularidades na fabricação de embutidos – como salsichas, presuntos e linguiças. O trabalho começou na segunda-feira (20) e, segundo o superintendente do Mapa em Santa Catarina, Jacir Massi, a inspeção continua até quarta-feira (22).

Segundo Jair Massi, os auditores coletando amostras de materiais, produtos e insumos (ingredientes que entram nas formulações). “Esta é uma auditoria normal quando ocorre uma denúncia desta natureza. É um procedimento padrão do Ministério da Agricultura”, comenta o superintendente do Mapa em SC. As amostras microbiológicas coletadas serão enviadas para o Laboratório Nacional Agropecuário em Porto Alegre e as amostra físico-químicas para um laboratório em Florianópolis. Ainda não há previsão para os resultados das análises.

“As denúncias geraram um inquérito na Polícia Federal (a Operação Carne Fraca). Uma decisão da Justiça determinou que o Mapa investigue os frigoríficos e aponte alguma ilegalidade ou procedimento fora do padrão de qualidade. A determinação é que se aplique os procedimentos de verificação do Ministério da Agricultura”, comenta Massi. Todo o processo de fabricação, da matéria prima até a embalagem dos produtos será analisado pelos auditores. Apenas após as análises é que poderão ser confirmadas as denúncias de uso de produtos de origem duvidosa e ácido ascórbico além do permitido.

Polícia Federal recolheu amostras e documentos

A Polícia Federal também recolheu amostras para análise na sexta-feira (17). “Peritos recolheram carne congelada para ser periciada na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde estão sendo concentradas as investigações”, explica Alexandre de Andrade, chefe da Delegacia da Polícia Federal em Joinville. Além das amostras os policiais federais também recolheram HDs e documentos, procedimento usual da Polícia Federal. A intenção é buscar provas para crimes investigados durante a Operação Carne Fraca, como lavagem de dinheiro, falsificação ou adulteração de produtos alimentícios.

De acordo com o chefe da Delegacia da PF em Joinville, dez agentes participaram do cumprimento do mandado de busca e apreensão. Normélio Peccin Filho, dono do frigorífico, foi preso durante a operação em Jaraguá do Sul. Ele foi encaminhado para o Presídio Regional de Joinville e ainda aguarda transferência para a carceragem da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Ainda de acordo com Andrade, Peccin deve ser levado para a capital paranaense nos próximos dias.

Governo do Estado reage

O governador Raimundo Colombo se reuniu com lideranças do agronegócio de Santa Catarina na tarde desta segunda-feira (20). O encontro tenta evitar reflexos negativos da operação Carne Fraca, deflagrada nacionalmente pela Polícia Federal após identificação de irregularidades no setor. As lideranças catarinenses ressaltaram que a única unidade em Santa Catarina interditada temporariamente dentro da operação é uma filial de uma empresa paranaense, localizada em Jaraguá do Sul, que produz basicamente linguiça frescal, salsicha e presunto para abastecimento principalmente dos mercados do Paraná e de São Paulo.

Colombo destacou o compromisso com a qualidade do produto catarinense, ressaltando o rigoroso trabalho de fiscalização e a manutenção do status sanitário diferenciado. “Vamos continuar agindo com a responsabilidade fiscal que sempre tivemos para garantir a saúde do consumidor. Ao mesmo tempo, vamos agir com total transparência para informar os governos dos países que importam nossos produtos sobre a situação diferenciada de Santa Catarina. Se algum país desejar qualquer informação complementar, estamos dispostos a enviar missões para estes países ou a receber seus representantes aqui”, afirma Colombo.