Atentados deixam órgãos de segurança em alerta em Santa Catarina

Foto Reprodução/OCP

Por: Claudio Costa

01/09/2017 - 08:09 - Atualizada em: 01/09/2017 - 08:49

Os atentados que resultaram na morte de dois policiais militares nesta semana, um em Joinville e outro em Camboriú, abalaram a segurança pública em Santa Catarina. Em Jaraguá do Sul, a exemplo de todo o Estado, a Polícia Militar também está em estado de alerta e o reforço na atenção com policiais e parentes está na pauta dos PMs.

“Nós temos um alerta com relação a essas questões. Todos nós, policiais militares, estamos orientados a nos cercar de cuidado e isso tem sido feito”, comenta o major Aires Volnei Pilonetto, chefe do setor de comunicação do 14º Batalhão de Polícia Militar, ao ressaltar que há um diálogo sobre o assunto com outros órgãos da segurança pública e que por hora não há nada além disso na cidade.

Nesta quinta-feira (31), o governador Raimundo Colombo admitiu que os dois homicídios foram realizados a mando do crime organizado. Segundo ele, a polícia trabalha com força máxima para reagir à altura dos acontecimentos. Colombo também informou que há o conhecimento da presença de facções criminosas de outros estados atuando em Santa Catarina e ressaltou que o governo vai continuar investindo para enfrentar a criminalidade.

“Estamos trabalhando, mas muitas informações são assuntos sigilosos da polícia. Toda a nossa equipe de inteligência está acompanhando a situação. A Secretaria de Segurança Pública está concentrada e empenhada. E assim vamos continuar. Estamos capacitando mais de mil policiais militares. Será um grande reforço. Então, cabe a todos nós agirmos contra o crime e, também a Justiça, para que as pessoas sejam punidas com o rigor da lei”, afirma o governador.

O comandante-geral da Polícia Militar de Santa Catarina, coronel Paulo Henrique Hemm, comentou os episódios durante a madrugada desta quinta. De acordo com o comandante-geral, a ousadia protagonizada pelos criminosos deve ser encarada com preocupação pelas forças de segurança e pela sociedade. “Não recuaremos um centímetro sequer no enfrentamento ao crime. Todo o mal que for feito a um policial militar será, com legitimidade, técnica e legalidade, repelido com o mais absoluto rigor”, enfatiza Hemm.

Suspeito que foi flagrado colocando fogo em carro foi detido no bairro Nova Brasília | Foto Reprodução/OCP

Delegacia de Homicídios prende suspeitos em Joinville

Agentes da Delegacia de Homicídios de Joinville realizaram, na madrugada dessa quinta-feira (31), uma operação que resultou na prisão de dois suspeitos de envolvimento na morte do policial militar Joacir Roberto Vieira. As prisões ocorreram como consequência investigação iniciada na cena do crime e que apontou a autoria e paradeiro de um homem e uma mulher.

Um dos presos, R.F.L, 23 anos, aparece no vídeo registrado por câmeras de segurança descendo do veículo utilizado para a fuga. Logo em seguida, o mesmo homem, utilizando um casaco de outro autor, aparece ateando fogo no carro com o fim de destruir vestígios do crime. Durante o interrogatório, o preso confessou integralmente a autoria e explicou de forma pormenorizada a dinâmica do crime, apontando, inclusive, os demais envolvidos na ação.

Atentados

– O primeiro ataque ocorreu na noite de segunda-feira (28), em Joinville. O policial militar Joacir Roberto Vieira, 43 anos, foi morto a tiros na rua Monsenhor Gercino, no bairro Itaum, na zona Sul da cidade. Dois homens entraram em um estabelecimento comercial e realizaram diversos disparos contra o cabo da PM. Joacir tentou fugir, mas caiu após ser atingido. Os assassinos fugiram em alta velocidade em um Ford Fiesta de cor branca. O veículo foi incendiado na rua Cidade Ourinhos, no bairro Ulysses Guimarães.

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– O segundo ataque registrado foi contra um sargento da Reserva Remunerada da Polícia Militar, em Camboriú. Edson Abílio Alves (foto acima), 51 anos, morreu após levar vários tiros na noite desta quarta-feira (30), no bairro Tabuleiro. O PM estava em uma panificadora na rua Guaramirim. Um homem chegou a pé e realizou os disparos. Edson estava ao celular no momento em que recebeu um tiro no peito. Ele caiu no chão, tentou reagir e levou mais três tiros na cabeça. Abílio, que estava desarmado, serviu na ativa da Polícia Militar por mais de 30 anos.

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