A Associação Nacional do Ministério Público PróSociedade, cujo primeiro presidente é o promotor Jaraguaense Rafael Meira Luz, divulgou uma nota em apoio a operação Lava Jato, após o vazamento de conversas privadas entre o Ministro Sérgio Moro e os procuradores da força tarefa de Curitiba, obtidas de forma ilegal através de hackers que invadiram o celular dos envolvidos e divulgaram os dados para um site, sendo replicado o conteúdo pela grande imprensa nacional. A nota tem o seguinte teor:
A Associação Nacional do Ministério Público PróSociedade, diante do quadro de ataques, por parte de alguns setores da imprensa e da política, ao trabalho desenvolvido
pela Operação Lava-Jato, vem MANIFESTAR o seu mais profundo apoio à operação e aos seus componentes. O quadro apresentado até o presente momento indica a ocorrência de um acesso criminoso a dados pertencentes a autoridades envolvidas com a operação, fruto da atividade de “hackers”, e publicada em página ligada a
político de partido que ataca constantemente a Lava-Jato, com prováveis violações ao artigo 154-A do Código Penal e/ou artigo 10 da Lei 9296/96.O material divulgado até agora, obtido ilicitamente como eles mesmos reconhecem, visa apenas à desestabilização dos instrumentos de persecução à corrupção institucionalizada, já que apenas indica conversas relacionadas às relações de trabalho, resultantes dos vínculos de confiança estabelecidos entre agentes comprometidos com o respeito à Constituição e às leis do país. Nestes diálogos, repita-se, obtidos por meio de crimes graves, não há conluios, não há corrupção, não há falsidades, não há qualquer intento de salvar criminosos, dilapidadores dos recursos do povo.
Vê-se, por outro lado, a luta de abnegados servidores públicos em limpar a sujeira que há anos se acumulou nos quadros da república. Vale dizer que nem se sabe se são
verdadeiros os trechos divulgados, se as divulgações não foram objeto de montagens; mas o certo é que, sendo este um movimento largamente orquestrado, já se multiplicam as absurdas solicitações pela anulação das investigações, pela libertação de criminosos amplamente condenados e, como não poderia ser diferente, ataques ao Ministério Público. Em breve os mesmos que incentivam a invasão ilegal de dados sigilosos, que se arvoram como “defensores da democracia”, tentarão aprovar a Lei da Intimidação de policiais, membros do Ministério Público, magistrados, chamada eufemisticamente de Lei do Abuso de Autoridade (para esconder as intenções) como forma de represálias pela revelação de seus mais sórdidos esquemas de roubo da nação.Sempre haverá um preço a pagar por fazer o certo e combater o mal. A Operação Mãos Limpas na Itália mostrou que não se moraliza um país sem sofrer retaliações.
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