“A arma do sargento caiu no chão e um dos assaltantes atirou em Caroline”

Por: OCP News Jaraguá do Sul

28/03/2018 - 18:03 - Atualizada em: 28/03/2018 - 18:55

A reportagem do OCP NEWS Florianópolis falou com exclusividade com o diretor da Associação dos Praças de Santa Catarina (Aprasc) para região Oeste, Valtecir Tomé Behnem, que acompanha o sargento Marcos Paulo, em Natal. Ele deu detalhes sobre a noite trágica de segunda-feira e falou sobre o assassinato de Caroline.

Deitado no leito do Hospital Pedro Germano, da Polícia Militar, em Natal, o sargento Marcos Paulo da Cruz, ainda em estado de choque, falou, pela primeira vez, sobre a noite trágica de segunda-feira, que resultou na morte de sua esposa, a também policial Caroline Plescht.

Por intermédio do diretor da Associação dos Praças de Santa Catarina (Aprasc) para região Oeste, Valtecir Tomé Behnem, Marcos Paulo deu detalhes com exclusividade ao OCP News sobre assalto e de como aconteceu a morte de Caroline, assassinada com um tiro na região do abdômen.

Leia mais: Policial militar de Santa Catarina é assassinada em Natal

O sargento Marcos Paulo da Cruz, de 43 anos, e a esposa, a soldado Caroline Plescht, de 32 anos, estavam de férias em Natal (RN), quando acabaram vítimas de um assalto em uma pizzaria.

O casal jantava em uma pizzaria quando dois bandidos entraram no local, anunciaram o assalto e logo de início perceberam que ambos eram policiais.

O sargento afirma que negou que era PM, mas acabou entrando em luta corporal com um dos criminosos, que, armado, tentou acertar sua cabeça com os disparos de arma de fogo. Na luta, Marcos Paulo levou três tiros. Um em cada um ombro e outro que atingiu seu pulmão. No relato exclusivo ao OCP NEWS Florianópolis, o diretor da Aprasc, Valtecir Tomé Behnem, afirmou que o tiro que matou a esposa, Caroline Plescht, pode ter saído da arma do próprio sargento.

Ainda confuso, Marcos Paulo da Cruz relatou ao diretor da Aprasc que sua arma caiu no chão e um dos criminosos a pegou e disparou contra Caroline, atingindo a região do abdômen. Caroline Plescht morreu no caminho do Hospital da Polícia Militar, onde o corpo permanece até está madrugada.

O sargento só soube na manhã desta quarta-feira-feira (28) da morte da esposa. Ele ficou profundamente abalado, em estado de choque.

Confira a entrevista com o diretor da Aprasc, Valtecir Tomé Behnem.

OCP – Como está o sargento?
Valtecir – Ele só soube nesta quarta-feira da morte da esposa. Tivemos uma reunião com os médicos do hospital para saber se poderíamos já dar a notícia ou não, pelo seu estado de saúde. Já que o sargento Marcos tem três tiros.

OCP – Três tiros? Não é um tiro no ombro?

Valtecir – Não. Não. Foram três tiros. Um em cada ombro e outro no pulmão.

OCP – Mas como aconteceu? Não teve nada sobre ajoelhar os criminosos efetuaram um disparo em cada um?

Valtecir – Não tem nada do que foi divulgado. Até entendemos que as informações chegam truncadas. Muita confusão. O que aconteceu é que os bandidos entraram na pizzaria e perceberam de alguma forma, ainda não sabemos explicar, que Caroline e Marcos eram policiais. Em seguida, os criminosos disseram: vocês dois são policiais e vão morrer. Marcos negou ser policial e acabou entrando em luta corporal com um dos bandidos, que tentou acertar sua cabeça e acabou acertando um tiro em cada ombro e outro atingiu o pulmão.

OCP – Mas e a Caroline, então? O que aconteceu? Como ela foi atingida?

Valtecir – Pelo relato do Marcos, a arma dele caiu no chão durante a briga e o segundo criminoso a pegou e disparou contra a esposa do sargento, que também correu para pegar a arma e acabou com um tiro na região do abdômen. Aí parou a briga e o Marcos tentou correr e ajudar a esposa.

OCP – E sobre a cerimônia, como foi?

Valtecir – Foi na capela que fica em anexo ao Hospital da Polícia Militar, aqui em Natal. Só estávamos aguardando o sargento receber a notícia para providenciar a despedida.

OCP – Quando o corpo chegará a SC e quando será o retorno do sargento?

Valtecir – O corpo sai daqui com o cunhado dela, esposo da irmã de Caroline. Sai às 3h15min desta quinta-feira e chega em Chapecó, às 18h15min. O Marcos vai ficar. Não dá para ele ter alta agora. Não sou médico, mas pode ser que até terça-feira que vem a gente retorne.

Reportagem de Carla Macedo para o OCP News Florianópolis.