Após três anos, mãe busca condenação de motorista que atropelou e matou o filho em Jaraguá do Sul

Foto: Fábio Junkes/OCP News

Por: Claudio Costa

08/04/2022 - 18:04 - Atualizada em: 08/04/2022 - 18:29

A cabeleireira Edilceia Martins Postai não se conforma com a morte do filho atropelado por uma caminhonete em Jaraguá do Sul. Para buscar a punição do condutor do veículo, ela vai realizar uma manifestação na terça-feria (12), por volta das 14h30, em frente ao Fórum da cidade.

A data marca os três anos da morte de Nathan Felipe Postai, 22 anos, que foi atingido por uma Volkswagen Amarok no momento em que retornava do trabalho, na rua João Januário Ayroso, no bairro São Luís.

 

 

Foto: Fábio Junkes/Arquivo OCP News

Edilceira acredita na culpa do motorista do veículo que atingiu Nathan e que fugiu do local logo após o acidente abandonando o veículo totalmente destruído. Ela conta que o filho morava com o pai e que havia visto Nathan no fim de semana e que ele fazia planos de morar com a namorada.

“Ele estava muito feliz porque estava montando a casa. Inclusive, quando aconteceu o acidente, estava com o dinheiro no bolso para comprar os móveis. Naquele momento, eu não pensava em como aconteceu, eu só queria que não tivesse acontecido. Mas hoje importa o que aconteceu e tudo o que eu quero é justiça”, frisa.

Foto: Fábio Junkes/Arquivo OCP News

A mãe do jovem conta que ainda não houve nenhuma resposta da Justiça para o caso da morte do filho. Ela conta que a única audiência sobre o caso foi adiada por causa da pandemia.

Foto: Arquivo Pessoal

“É um sentimento enorme de impudicidade, de injustiça, de impotência, porque aconteceu com o meu filho e pode acontecer novamente com qualquer pessoa. A gente conversa com outros pais que perderam filhos e que participam do movimento Marcha do Silêncio, e praticamente todos estão na mesma situação. Há uma falha no sistema e, mesmo que você tenha condições de contratar um bom advogado, ainda é difícil buscar justiça”, destaca.

Família destruída

Com a morte do pai, os três filhos de Nathan acabaram sendo criados separadamente. A filha de quatro anos é cuidada pela mãe e os outros dois filhos, de cinco e seis anos, são criados pelo avô. Eldiceia acredita que a morte do filho acabou separando os três netos.

“Eles acabam não se vendo com frequência e isso destruiu a família. Todos os planos, todos os projetos que ele tinha e até o que fazer no aniversário ou no Natal acabaram. Nunca mais vai ser a mesma coisa. É uma dor que não tem como mensurar”, relata.

Três anos depois da morte do filho, a cabeleireira conta que o sentimento de falta do filho cresce diariamente. No início, ela relata que achava que a saudade iria diminuir com o tempo, mas aconteceu o contrário.

“O filho pequeno é a cara do pai. Às vezes, eu evito olhar pra ele quando eu estou muito fragilizada. É como se eu visse o Nathan de volta. Isso é bom e ruim ao mesmo tempo. É uma sentimento que eu não consigo definir. As crianças estão crescendo e dói cada vez que eles perguntam do pai”, conta.

História que se repete

A mãe revela que vê histórias como a do filho se repetindo diariamente. Ao se deparar com as injustiças, ela acaba acreditando que as coisas não vão melhorar enquanto não houver punições severas contra quem mata no trânsito.

“Você acaba vendo isso acontecendo de novo, de novo e de novo. E as coisas não estão melhorando, estão piorando. Um cliente minha perdeu o filho nas mesmas circunstâncias há dois anos. No caso dela, o motorista que provocou o acidente se apresentou 48 horas depois e não houve punição”, lembra.

“Se o motorista atropelar e deixar uma pessoa na cama, vai se incomodar muito. Até pelo resto da vida, dependendo das circunstâncias. Agora, se a pessoa não estiver morta, ela não se incomoda. Vai pagar uma cesta básica, um serviço voluntário. E isso não volta com a vida de ninguém”, completa.

Edilceia tem fé de que a luta que está travando para trazer justiça para a morte do filho vai ajudar a conscientizar outros motoristas sobre a importância da segurança no trânsito. Além disso, reforça que uma condenação deve impedir que o motorista que causou a morte de Nathan faça outras vítimas.

“Eu acredito que em algum momento outro pai ou mãe pode perder um filho por causa desse cara. Até porque não foi a primeira vez que ele teve uma conduta perigosa no trânsito. Quando aconteceu o acidente com o Nathan, ele estava com a licença cassada. Então, ele tinha uma ficha com várias situações de imprudência no volante”, finaliza.

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