A Polícia Civil não encontrou indícios que confirmem o boato sobre a morte de um cão em Guaramirim. O animal foi encontrado pendurado nos galhos de uma árvore na rua São João Batista, no bairro Vila Amizade.
Um inquérito policial foi aberto para apurar a denúncia de maus-tratos contra o animal no dia 15 de fevereiro.
O delegado Diones de Freitas, que está respondendo interinamente pela Delegacia da Comarca de Guaramirim, afirma que a investigação não apontou indícios de que um carro tenha atropelado o animal.
O boato ainda afirmava que os ocupantes do veículo torturaram o bicho. Freitas explica que o procedimento foi instaurado assim que a Polícia Civil soube do ocorrido.
O inquérito buscou saber se o animal foi vítima de maus-tratos antes de morrer e ser pendurado no galho da árvore.
“As pessoas ouvidas pela polícia, moradores próximos do local da ocorrência do fato, não viram pessoas maltratando ou qualquer tipo de veículo atropelando o animal. Essas pessoas, antes e depois do fato, não se ausentaram das suas residências. Então, esse foi um fato que nos chamou a atenção”, comenta o delegado.
De acordo com Diones, se esse fato tivesse ocorrido, é provável que alguém tivesse presenciado ou mesmo noticiado para a Polícia Militar.
O animal teria sido encontrado morto no sábado e a PM só foi chamada na segunda-feira. Os investigadores buscaram câmeras de segurança nas proximidades do local da ocorrência.
Porém, não havia nenhum equipamento que pudesse auxiliar os policiais civis na investigação.
“Nenhuma pessoa compareceu à unidade policial para afirmar informação veiculada nas redes sociais. Então, o inquérito segue o curso normal e tem cerca de 20 dias para ser concluído. Se não houver um fato novo ou informação nova, o inquérito será arquivado por falta de materialidade”, destaca.
Para a Polícia Civil, não foi comprovada de forma objetiva que houve os maus-tratos contra o cão.
Boato ganhou força nas redes sociais
O delegado frisa que pessoas podem perguntar o porquê do animal ter sido encontrado pendurado.
Mas alguém pode ter pendurado o animal morto naqueles galhos e, de acordo com a lei, isso não significa que houve maus-tratos.
“Parece uma obviedade, porém isso precisa ser analisado. Essa foi uma imagem que nos chocou, mas, sob o ponto de vista jurídico e penal, não caracteriza infração penal se o animal não tiver sido vítima de maus-tratos, de sofrimento, de um ato de crueldade antes de perder a vida”, pondera.
Diones reitera que um atropelamento de fato pode ter ocorrido, mas que isso por si só não caracteriza um crime, pois pode ter acontecido de forma acidental.
Se alguém jogou o animal nas árvores após ele ter morrido no acidente, não caracteriza um crime.
“Nós buscamos identificar se alguém provocou esse sofrimento e colocou o animal ainda com vida nesses galhos. Nenhum vizinho sequer afirmou ter presenciado esse fato durante as diligências. Pela nossa experiência, esse fato é inexistente. Provavelmente, alguém teve essa impressão ou jogou isso nas redes sociais para criar uma repercussão, para chamar a atenção. Outras pessoas foram encampando e isso tomou uma grande proporção”, relata .
Informações sobre o caso podem ser repassadas para a Delegacia da Comarca de Guaramirim.
O delegado lembra que qualquer fato novo sobre a morte do animal será apurado pelos investigadores.
Os policiais civis garantem o anonimato da testemunha.