Apartamento de luxo em SC teria sido comprado com dinheiro desviado do SUS

Foto: Divulgação / PF

Por: OCP News Vale

24/04/2024 - 10:04 - Atualizada em: 24/04/2024 - 11:02

Valores supostamente desviados do Sistema Único de Saúde (SUS) teriam sido usados para comprar um apartamento avaliado em mais de R$ 10 milhões em Balneário Camboriú, afirmou a Polícia Federal do Paraná.

O imóvel foi alvo de um mandado de busca e apreensão nesta terça-feira (23), durante a operação “Moto-perpétuo”, que investiga uma possível organização criminosa que estaria desviando e ocultando recursos do SUS. Além de Balneário Camboriú, a operação também cumpriu outros 12 mandados de busca e apreensão em São Paulo e Curitiba.

Segundo a Polícia Federal, dez imóveis, avaliados em mais de R$ 20 milhões, foram sequestrados durante a operação. Entre eles está o apartamento em Balneário Camboriú.

Conforme a PF, o imóvel era usado por um dos investigados na operação, mas está cadastrado em nome de uma empresa fictícia, que tem como sócio uma pessoa que recebeu auxílio emergencial durante a pandemia.

A operação também apreendeu veículos de luxo e valores acima de R$ 10 mil. Além disso, indisponibilizou cotas sociais de duas empresas, cujo capital totaliza R$ 500 mil. A princípio, a investigação identificou quase R$ 30 milhões em bens ocultados.

Os crimes sob investigação incluem lavagem de capitais, associação criminosa e organização criminosa, com penas que podem chegar até 18 anos de prisão.

A operação

A investigação teve início após suspeitas levantadas durante a Operação Fidúcia, conduzida pela Polícia Federal. Na ocasião, foi identificado um esquema em que os investigados utilizavam Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs) para fraudar licitações e desviar recursos públicos do SUS, totalizando um desvio de aproximadamente R$ 14 milhões nas cidades objeto da investigação, embora a auditoria da Controladoria Geral da União tenha apontado que o desvio seria de R$ 70 milhões em todo Paraná.

Durante a investigação atual, novos elementos foram angariados, indicando que os investigados teriam adquirido diversos bens em nome de terceiros, visando ocultar tais ganhos ilícitos. Esses bens foram registrados em empresas fictícias ou em nome de “laranjas”, com o auxílio de um advogado e um contador.

A Operação “Moto-perpétuo”, deflagrada nesta terça-feira, contou com a colaboração da Receita Federal, que contribuirá com a análise fiscal dos investigados. Um contingente de 55 policiais federais e 10 analistas da Receita Federal foram mobilizados para cumprir 13 mandados de busca e apreensão em residências e empresas ligadas aos suspeitos.