Em pouco mais de um mês, a Polícia Rodoviária Federal já precisou atender vários tipos de ocorrências no Contorno Viário da Grande Florianópolis, via de 50 quilômetros construída para desafogar o trânsito da BR-101 entre as cidades de Biguaçu e Palhoça. As pistas foram projetadas, sem subidas e descidas, e com quatro túneis duplos para que caminhões e veículos leves tenham pista livre para cruzar o trajeto em 35 minutos em média. Mas as irregularidades podem comprometer a passagem.
O acidente envolvendo dois veículos e uma vaca, registrado no início da noite desta segunda-feira (23), foi o último registrado pela PRF. A ocorrência aconteceu no km 12, sentido sul. Um caminhão da montadora Kia, com placa de Santo Amaro da Imperatriz, e uma Volkswagen Saveiro, placa de São José, atropelaram uma vaca que estava solta na pista. O animal não resistiu à pancada e morreu no local. Os condutores dos veículos sofreram ferimentos leves.
“A presença de bois, vacas, cavalos é uma preocupação no Contorno Viário. É uma região extremamente rural, muitas fazendas, chácaras, sítio. Nem todas as cercas estão em bom estado de conservação”, alertou Adriano Fiamoncini, chefe de comunicação da PRF.
O correto, segundo ele, é que os motoristas diminuam gradativamente a velocidade ao avistarem animais na pista. A PRF vai intensificar ações junto a proprietários de terras próximas para evitar que animais passem as cercas e invadam as pistas.
Alta velocidade
A Polícia Rodoviária Federal, responsável pelo patrulhamento do Contorno Viário, já havia registrado também veículos em alta velocidade no trecho. Há duas semanas, um automóvel foi flagrado a quase 190 km/h, enquanto um caminhão foi visto a mais de 120 km/h. Pela legislação, veículos leves podem transitar a 100 km/h, enquanto veículos pesados podem andar a 80 km/h.
Outro problema registrado foi a destruição parcial de defensas metálicas, feita por moradores do entorno do Contorno Viário, que criam acesssos irregulares à rodovia. Pelo menos 10 defensas foram cortadas. Veículos leves podem transitar a 100 km/h, enquanto veículos pesados podem andar a 80 km/h.
“Se esses acessos irregulares continuarem a ser feitos pela população local, pode haver consequências graves para a rodovia, como a perda da sua vocação de corredor expresso. A concessionária faz regularmente a conservação do trecho, fechando esses acessos, mas é preciso que a população tenha consciência dos riscos que elas correm com esta atitude. Estamos falando de vidas”, destacou o Cesar Sass, diretor-superintendente da Arteris Litoral Sul.