Advogado de família que questionou entrega de boneca a filho presta esclarecimentos

Por: OCP News Jaraguá do Sul

21/11/2017 - 22:11 - Atualizada em: 21/11/2017 - 22:56

O advogado Fernando Barth, que representa a família jaraguaense que questionou o fato de uma professora ter dado uma boneca – a personagem Mariana Conta 1, do desenho Galinha Pintadinha – para seu filho de cinco anos levar para casa para brincar em um fim de semana, entrou em contato com o OCP para prestar esclarecimentos sobre o ocorrido. O assunto, desde que veio à tona por meio de um áudio da mãe, é um dos mais comentados entre os internautas jaraguaenses desde a segunda-feira (20).

Barth voltou a insistir que houve falha de comunicação entre escola e família. Ele disse que a família procurou a diretora da Escola Municipal Rodolpho Dornbusch, Leila Portz da Silva, antes do envio do áudio da mãe que acabou viralizando nas redes sociais, porém, a mãe alega que teria sido mal recebida. Segundo ele, a diretora fez questionamentos que levaram a mãe do menino de cinco anos a pensar que se tratava de ideologia de gênero, assim como não teria dado nenhuma explicação sobre a proposta pedagógica da atividade, o que acabou sendo esclarecido somente na reunião da última segunda-feira (20), quando o assunto já tinha virado polêmica.

Segundo Barth, a ideologia de gênero não está no plano nacional de educação, não está no plano estadual de educação e tampouco no plano municipal de educação. Ele ainda questiona a proposta pedagógica de se enviar uma boneca, embora em áudio ele diga que a professora é uma excelente profissional.

O advogado atribui a confusão ao que classificou como “grave deficiência de comunicação” também por parte da professora, que enviou a boneca sem uma carta ou algum meio explicando a proposta do brinquedo. “A professora mandou a boneca sem nenhuma explicação sobre o conceito pedagógico. Isso em um contexto do Brasil de hoje em que se discute a ‘ideologia’ de gênero de forma ferrenha é pedir para dar confusão”, afirma o advogado, reiterando que a mãe saiu da primeira reunião com a diretora, que ele diz ser provavelmente despreparada, ainda receosa quanto a possibilidade de se tratar ou não de “ideologia” de gênero e por isso fez o áudio.

Em entrevista na segunda (20) ao OCP, a diretora comentou que naquela reunião falou sobre diversidade na escola, mas que sua fala foi retirada do contexto em que fala do respeito às diferenças de cultura e religião e não falava sobre diversidade de gênero. A diretora afirma ainda que a mãe sabia que as crianças estavam trabalhando com a Mariana Conta 1 em sala de aula e pondera que ela poderia ter chamado a professora para explicar a dinâmica. A diretora disse também, ainda sobre a primeira reunião, que atendeu ao pedido da mãe de não incluir seu filho nas atividades que envolvessem brinquedos que a mãe entende serem voltados para meninas e achou que a mãe havia entendido a situação e que o caso estivesse resolvido.

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