Adolescentes vão responder à justiça por caso de agressão em Jaraguá do Sul, afirma delegada

Por: Claudio Costa

01/12/2017 - 12:12

Uma agressão nas imediações na Escola Municipal de Ensino Fundamental Guilherme Hanemann, na Barra do Rio Cerro, repercutiu nas redes sociais em Jaraguá do Sul. A ocorrência envolvendo dois adolescentes, um de 16 anos e outro de 14, foi registrada na segunda-feira (27), por volta das 17 horas. Um vídeo mostrando a agressão cometida pelo rapaz mais novo viralizou no Facebook e no Whatsapp.

A responsável pela Delegacia de Polícia da Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI), Milena de Fátima Rosa, destaca que os dois adolescentes envolvidos deverão responder à Justiça por atos infracionais. A situação de violência teria sido consequência de um conflito anterior entre os meninos, que estudam na mesma escola. O agressor, segundo relato, teria respondido a uma ameaça contra o irmão.

“Precisamos deixar bem claro que ambos vão responder por suas condutas. Foi levado ao conhecimento da polícia inúmeras ameaças contra o agressor. As pessoas que estão ameaçando, se julgando justiceiros, também estão cometendo crimes, ou atos infracionais no caso de adolescentes. Precisamos deixar para a Justiça e para a polícia esse trabalho. Não podemos voltar à idade da pedra, onde não tinham outras formas de se lidar com a situação”, declarou a delegada.

Para a especialista, doutora em psicologia Marina Corbetta Benedet, esse tipo de situação de violência entre adolescentes é provocada por uma educação baseada na punição. “O ideal é sempre manter um diálogo sobre formas de relacionamento e como resolver conflitos. A gente acaba tendo uma educação que educa muito mais pela punição e isso é feito por pais e professores. Muitas vezes isso vai fazendo com que os jovens e adolescentes acabem entendendo que a melhor forma de resolver os seus problemas é a violência. Ações preventivas vão envolver bastante gestão de conflitos. É preciso ensinar esses jovens uma outra forma que não seja pela violência”, explica Marina.

O secretário de Educação, Rogério Jung, diz que as escolas da rede municipal primam pela civilidade e pela ordem. Apesar de não dar mais detalhes sobre o assunto, Jung ressalta que a agressão não aconteceu no ambiente escolar, mas sim do lado de fora da unidade de educação. Jung afirma que “educação vem de casa e o ato de educar é da família”.

O major Aires Volnei Pilonetto, chefe da Seção de Comunicação do 14º Batalhão de Polícia Militar, informa que a mãe do agressor encaminhou o jovem que levou o soco até o hospital. Lá, os policiais militares levaram os envolvidos para a Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso, unidade responsável pela apuração do caso. “É importante destacar que a PM tem uma atuação preventiva importante em todas as escolas do município e da região. As crianças na faixa dos dez anos são submetidas ao Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência). As escolas públicas e privadas são atendidas pelo programa preventivo que se soma ao programa Cidadão da Paz. O objetivo é que os alunos não sejam agentes ativos de violência”, ressalta Pilonetto.

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Claudio Costa

Jornalista pós-graduado em investigação criminal e psicologia forense, marketing digital e pós-graduando em inteligência artificial.