Adolescentes envolvidos em latrocínio contra taxista são transferido para Caseps

Foto Reprodução Redes Sociais

Por: Claudio Costa

12/03/2019 - 09:03 - Atualizada em: 12/03/2019 - 10:45

Os dois adolescentes envolvidos no latrocínio que vitimou o motorista Elias Miguel Simas, de 54 anos, já foram transferidos para o Casep (Centro de Assistência Socioeducativo Provisório).

Ainda na sexta-feira (8), o garoto de 17 anos foi levado para a unidade de Blumenau, após a ordem de internação por 45 dias ser emitida, o tempo máximo permitido. A adolescente de 16 foi para o centro de Chapecó no sábado (9).

O terceiro envolvido no caso, Bryan Ferdinando Gangolf, de 18 anos, teve a prisão provisória decretada pela Justiça. Ele foi levado para o Presídio Regional de Jaraguá do Sul ainda na sexta-feira.

De acordo com a lei, o prazo da prisão para crimes hediondos é de 30 dias. Bryan está na triagem, onde fica isolado do restante dos presos durante dez dias. A prisão preventiva dele pode ser expedida posteriormente.

Laudo aponta 42 facadas

A Polícia Civil continua a investigação do crime e mantém o latrocínio como linha principal de investigação.

O delegado Caleu Mello, que preside o inquérito, está tomando o depoimento de pessoas que foram citadas de forma secundária nos depoimentos dos dois adolescentes e do maior.

Há três laudos que estão sendo confeccionados pelo Instituto Geral de Perícias e que também trarão novas informações sobre o crime.

Um deles é o cadavérico, que está sendo elaborado pelo IGP e deve ficar pronto ainda nesta semana. O segundo é o do veículo que, junto com o primeiro, deve dar ideia de como ocorreu a dinâmica do latrocínio.

Elias foi morto com 42 facadas nas costas, no pescoço e no rosto. O terceiro documento é o dos cinco celulares apreendidos após a prisão do envolvidos no crime, dois deles eram utilizados pelo taxista.

Mesmo com a continuação do inquérito, o delegado acredita que não devem surgir novidades relevantes para o inquérito.

“Apesar das 42 facadas fugirem do padrão normal do crime de latrocínio, não há nenhum indicativo de que poderia ser outro motivo além do latrocínio. Os três foram claros em dizer que a vítima não reagiu em nenhum momento”, afirma.

Sem arrependimento

Durante os depoimentos prestados na Delegacia de Polícia Civil, logo após a prisão, os três acusados pela morte e pelo roubo de R$ 350 e dois celulares não demonstraram nenhuma reação de arrependimento.

“Eles até choraram na presença da mãe, tanto o adolescente quanto a garota. Acho que eles demonstraram esse arrependimento muito mais pelo desapontamento com o envolvimento no crime do que pelo cometimento”, enfatiza Mello.

O papel de cada um dos envolvidos no roubo seguido de morte ficou bem definido nos depoimentos, apesar dos depoimentos conflitantes.

O delegado explica que as versões apresentadas pelos envolvidos apontam que, no momento em que o carro chegou no local do crime, a menor retirou a chave da ignição. Depois, o adolescente desferiu golpes com um soco inglês na cabeça de Elias, enquanto Bryan desferiu as 42 facadas na vítima.

“A adolescente disse que foi levada inconscientemente para a prática do crime. Ela disse que foi levada como isca para que o taxista, na hora que fosse fazer a corrida, não desconfiasse deles. Essa foi uma informação que a princípio fez sentido, mas os ouros depoimentos acabaram revelando que ela teve participação no crime”, destaca.

 

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