Ação de professor evitou mais mortes em Cambé, diz governador

Por: Pedro Leal

19/06/2023 - 17:06 - Atualizada em: 19/06/2023 - 17:33

O governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), disse que informações preliminares indicam que o ex-aluno de 21 anos que promoveu um ataque a tiros nesta segunda (19) no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, foi imobilizado por um professor que teria passado por treinamento sobre como proceder em eventuais ataques a escolas.

“A informação que temos é que o professor que conseguiu imobilizar o ex-aluno foi alguém que passou pelo treinamento feito pela nossa equipe de segurança pública, 60, 90 dias atrás”, disse o governador, sem dar outros detalhes.

A informação é da Folha de São Paulo.

De acordo com a Seed (Secretaria de Estado da Educação), o primeiro Treinamento de Segurança Escolar Avançado em unidades da rede estadual ocorreu em março, em um colégio de Curitiba – os professores e alunos passaram por uma simulação de invasão, com uso de simulacros de armas branca e de fogo.

A partir dessa simulação, foi produzido um material em vídeo, distribuído depois para todas as demais escolas da rede estadual, inclusive para as de Cambé.

A simulação foi conduzida por cerca de 20 instrutores das forças de segurança, que orientaram alunos e professores sobre medidas de emergência.

A ação foi organizada pela pasta e pela Polícia Militar, por meio de equipes do Batalhão de Patrulha Escolar Comunitária (BPEC) e do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais).

Na mesma entrevista, Ratinho Junior afirmou que é necessário aguardar a investigação sobre o ataque em Cambé para entender as circunstâncias do crime e estudar medidas que poderão ser adotadas. Segundo ele, a a PM chegou rápido ao local.

Namorados

A aluna morta com um tiro e o rapaz atingido por um disparo na cabeça no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, no norte do Paraná, nesta segunda-feira (19) eram namorados, de acordo com familiares. Eles foram identificados como Karoline Verri Alves e Luan Augusto.

As informações são do portal G1.

O casal foi atingido por um ex-aluno, de 21 anos. De acordo com a Polícia Militar, ele foi até a direção do colégio alegando que precisava solicitar documentos quando fez os disparos. A ocorrência foi registrada às 9h20.

Após os disparos, a polícia foi acionada e o atirador foi preso. Segundo a PM, foram apreendidos com o atirador uma machadinha, carregadores de revólver e a arma usada.

Karoline morreu no local e Luan foi levado em estado grave para o Hospital Universitário de Londrina (H.U) a 14 quilômetros de Cambé.

O hospital informou no início da tarde que Luan está em estado gravíssimo, em assistência ventilatória, sedado, monitorizado. Além disso, também fará exames laboratoriais e tomografia computadorizada de crânio.

A Secretaria de Segurança Pública do Paraná informou que, além da arma, apreendeu com o assassino um caderno com anotações sobre ataques em escolas, incluindo o ataque em Suzano, em São Paulo. A secretaria ainda informou que em contato com a família do assassino foi informada de que ele é esquizofrênico e que faz tratamento para a doença.

Ataques já passam de 30

No Brasil, houve pelo menos 30 ataques violentos a escolas nos últimos 21 anos (entre janeiro de 2002 e maio de 2023). O balanço não inclui o caso desta segunda-feira (19), em Cambé, no norte do Paraná, no qual um ex-aluno entrou atirando no Colégio Estadual Helena Kolody e matou uma menina.

Segundo o estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), 36 pessoas morreram nesse período.

O estudo não inclui os ataques em Saudades, em maio de 2021, ou em Blumenau, em abril deste ano; o Balanço focou apenas em ataques em colégios e universidades.

 

 

 

 

Notícias no celular

Whatsapp

Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).