Vídeo: Prefeito de Corupá diz que Prefeitura pode “fechar as portas” por causa de ações trabalhistas

Foto: Eduardo Montecino

Por: Áurea Arendartchuk

09/09/2019 - 17:09 - Atualizada em: 09/09/2019 - 17:37

O prefeito de Corupá João Carlos Gottardi (PSD) disse nesta segunda-feira (9) que a Prefeitura do município que fica a 15 km de Jaraguá do Sul, pode “quebrar” por causa de uma série de ações trabalhistas individuais e coletivas movidas por servidores públicos que não receberam o pagamento das férias no prazo determinado por lei entre o período de 2013 a 2015.

As ações foram movidas desde 2017, mas são referentes à gestão do ex-prefeito Luís Carlos Tamanini (MDB) que governou o município por mandatos consecutivos. O total de valores que a Prefeitura terá de pagar pode chegar a R$ 4 milhões. Já que se calcula que de um universo de 400 servidores municipais, cada um possa ter direito em média a R$ 10 mil, pois nas ações trabalhistas constam os valores de multas de atraso e inclusive o valor repassado na época dos pagamentos atrasados. Depois das primeiras ações individuais, o Sindicato dos Servidores Públicos moveu uma ação coletiva que pode beneficiar todos os servidores.

Confira o vídeo:

Consta nos processos que o ex-secretário de Administração e Finanças de Corupá Sandro Glatz, da gestão Tamanini, também seria um dos que autorizou os pagamentos das férias dos servidores municipais corupaenses depois do prazo legal (entre 2013 e 2015). O que é muito estranho é que Glatz, que é advogado, aparece em várias ações movidas por servidores contra o município. Numa das decisões do juiz do trabalho é citada a seguinte observação: “Assim causa estranheza que quem ajudou a dar à causa irregularidade, agora advogue em face do ente público para se beneficiar, mesmo que de forma indireta da própria torpeza.”

Em outra parte de outro processo trabalhista, o juiz Carlos Aparecido Zardo determinou que: “Em razão da conduta do prefeito Luiz Carlos Tamanini, com participação do setor jurídico, na gestão de 2009/2012, o qual deliberadamente determinou que as férias não fossem pagas no prazo legal, mas sim após a concessão, situação que também já foi comprovada em outros processos, determino a expedição de ofícios ao Ministério Público Estadual, Ministério Público do Trabalho e Tribunal de Contas do Estado para que tomem as providências cabíveis tendo em vista que além do prejuízo ao empregado, tal conduta está causando também prejuízo ao erário.”

Município pretende negociar pagamentos

O prefeito João Gottardi divulgou em coletiva de imprensa, os dados sobre as ações trabalhistas na manhã desta segunda-feira (9) e destacou sua grande preocupação com a situação financeira da Prefeitura daqui para frente. “Se tivermos que pagar todos os valores das ações de uma só de uma vez, vamos fechar as portas da Prefeitura, porque não teremos dinheiro para nada. Pode faltar recurso para compra de remédios até a manutenção de máquinas. Além disso, corremos o risco de não ter recursos para pagar a folha do fim do ano dos próprios servidores”, completou.

Segundo Gottardi, como as ações já foram julgadas, algumas delas em 2017 e 2018 foram sendo pagas aos poucos pelo Município. Agora com o julgamento recente da ação coletiva, a Prefeitura vai tentar negociar os valores a serem pagos com os servidores para que o atendimento à população não seja prejudicado. O Município também deve entrar com uma ação contra o ex-prefeito Tamanini, o ex-secretário e demais envolvidos no atraso dos pagamentos de férias.

O ex-prefeito Tamanini e o ex-secretário e advogado Sandro Glatz foram procurados por telefone para falar a respeito, mas não responderam às ligações.

 

 

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