Durante a sessão dessa quinta (29), diversos vereadores debateram a situação dos moradores de rua em Jaraguá do Sul e as ações do Executivo para a regulamentação da internação involuntária na cidade. A questão foi levantada pela vereadora Professora Natália Lucia Petry (MDB), ao comentar que tem recebido reclamações de professores que trabalham na Estação Cultural, no centro da cidade.
A saída de pais e alunos que participam de programas no local durante a noite fica prejudicada por conta da presença das pessoas em situação de rua, que, segundo eles, consomem bebidas alcoólicas e brigam constantemente. A segurança dos alunos também fica comprometida por conta da escuridão do local.
“Não sabíamos por onde passar e por onde as crianças e pais poderiam sair da estação. Eles estavam ali no palco, em frente à Estação, e era uma algazarra. Está cada dia mais difícil”, afirmou a vereadora ao ler a mensagem recebida do munícipe durante a sessão ordinária.
“Urgentemente precisamos adotar uma medida para evadir essas pessoas que estão ali promovendo algazarras, balbúrdias, e atrapalhando o andamento do trabalho dos profissionais da cultura, como também dos pais”, declarou Petry, ao também pedir que o Executivo providencie a reforma do entorno.
Debate sobre regulamentação e ações
Os parlamentares recordaram, em seguida, a regulamentação da internação involuntária de pessoas com dependência química. O assunto já foi tema de uma indicação enviada à Prefeitura ainda nesse ano.
O vereador Delegado Leandro Mioto (União) garantiu que o retorno de pessoas para a rua é recorrente por não existir uma estrutura que possa solucionar o problema. “A Polícia Militar faz o trabalho dela, acaba enxugando gelo, porque, saindo depois da delegacia, essa pessoa retorna para onde ela estava”, constatou. Mioto também assegurou que o Executivo está finalizando a redação de um decreto que regulamenta a intervenção.
A vereadora Professora Natália Lucia Petry recordou também um episódio em que a Estação Cultural quase foi incendiada após episódios de vandalismo que ocorreram atrás do prédio.
O vereador Israel Cani (PL) alertou que, se atitudes como essa seguem impunes, a situação pode piorar. “Se o Executivo não se despertar, infelizmente, está se formando uma cracolândia e ninguém está vendo”, enfatizou.
Em seguida, o vereador Jair Pedri (PSD) relembrou a proposição de ações pelo Executivo no ano passado para a resolução do problema. “Precisa sim desse tratamento mesmo que involuntário. Mas me chama muito a atenção que no ano passado (…) veio o secretário na época, dizendo que ia haver internações, que ia fazer tudo aquilo que falaram que ia fazer, uma campanha”, comentou ao enfatizar que não observou ações para a internação involuntária desde então.
Por fim, os parlamentares cobraram a Prefeitura para a regulamentação célere não apenas dessa questão, mas também de outros temas, como, por exemplo, da regulamentação dos veículos autopropelidos. Eles também pediram o apoio de órgãos do Poder Público para atenuar a situação dos moradores de rua e de seu acolhimento em locais da cidade.