O vereador afastado Mauricinho Soares (MDB) prestou depoimento para a comissão processante que o investiga por quebra de decoro.
Soares foi foi um dos alvos da operação Profusão, da 3ª Delegacia de Combate à Corrupção.
A ação apura a inserção de dados falsos no sistema do Detran-SC (Departamento de Trânsito de Santa Catarina) possibilitando que mais de 100 condutores fossem indevidamente beneficiados com a liberação de penalidades a eles aplicadas.
O depoimento ocorreu na tarde desta sexta-feira (23), na Câmara de Vereadores de Joinville.
A oitiva estava agendada para as 15h, mas Soares, que está preso, chegou na Câmara acompanhado pela equipe da Polícia Penal de Santa Catarina às 16h51.
O Plenário já aguardava a chegada dele com a presença de mais de 40 pessoas, sendo muitos deles familiares e apoiadores de Mauricinho.
Muito emocionado por rever familiares após 70 dias preso, Mauricinho respondeu a perguntas do presidente da comissão processante, vereador Cassiano Ucker (União Brasil) e dos advogados de defesa.
As perguntas feitas pelo vereador Cleiton Profeta (PL), relator da comissão, não foram respondidas por Mauricinho.
Os advogados de Soares anunciaram desde o início do depoimento que o parlamentar afastado não responderia às perguntas de Profeta porque entendem que o vereador do PL teria posicionamento “tendencioso” na direção da cassação de Mauricinho sobre o caso.
Questionado pelo presidente da comissão, o vereador Cassiano Ucker (União Brasil), quanto à concordância com a denúncia feita pelo vereador Diego Machado (PSDB, presidente da Câmara), Mauricinho Soares classificou o processo de cassação do mandato como injusto.
“Primeiro, eu estou sendo investigado. Não fui condenado, não cometi nenhum crime e estou à disposição da Justiça. Eu não cometi crime e tô muito tranquilo”, afirmou o vereador afastado.
“Eu estou sendo investigado, não fui condenado e vou responder até o final do processo. Mas eu gostaria que vocês, vereadores, me deem uma oportunidade. Como um trabalhador, eu vou provar e vou voltar para essa Casa. Eu vou mostrar para muita gente que eu não sou nenhum criminoso e nenhum bandido”, completou.
Última ação
A última atividade parlamentar dele antes de ser preso foi a apresentação da Indicação 7.437/2023, que pede à Prefeitura a toca da tampa de boca de lobo quebrada na rua Tuiuti, nas proximidades do número 5099, no Bairro Distrito Industrial Norte.
Essa indicação foi apresentada exatamente no dia 8 de dezembro, dia em que ele foi preso preventivamente.
Depoimento pela manhã
A Comissão Processante também ouviu, durante a manhã, o depoimento do deputado federal Carlos Chiodini (MDB).
Aos advogados de defesa de Mauricinho, Chiodini contou que o conhece há 10 anos e que não presenciou o cometimento de nenhum crime por parte do vereador afastado.
Para as demais perguntas dos advogados e também do relator, Cleiton Profeta (PL), Chiodini alegou não ter conhecimento dos fatos e do processo para poder opinar.