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Venezuela faz exercício militar na fronteira sem avisar Exército brasileiro

O exercício fazia parte de uma manobra militar maior, que envolveu 150 mil tropas em todo o país | Foto: Wikimedia Commons

Por: Ewaldo Willerding Neto

24/01/2025 - 12:01 - Atualizada em: 24/01/2025 - 12:05

Tropas do Exército brasileiro ficam em alerta após um exercício militar ser realizado de surpresa pela Venezuela na fronteira de Roraima entre quarta-feira (22) e quinta-feira (23). O movimento gerou tensão e rumores falsos em Pacaraima (RR) sobre a possibilidade de uma invasão militar. Conforme oficiais, Cerca de 20 militares venezuelanos chegaram a violar a fronteira brasileira. Autoridades investigam se a motivação dessas tropas foi provocação ou se a ação foi acidental.

Não é prática comum que um exercício militar de larga escala ocorra na fronteira de um país e ele não seja comunicado com antecedência, segundo afirmou à reportagem um membro do Alto Comando do Exército. O objetivo de avisar com antecedência de meses e fornecer detalhes sobre a área de realização do exercício é evitar a escalada de tensão, confrontos acidentais e pânico na população local. Mas o Brasil só ficou sabendo que a Venezuela faria uma manobra militar com blindados próximo a Pacaraima no dia 21, horas antes do início da atividade.

O exercício fazia parte de uma manobra militar maior, que envolveu 150 mil tropas em todo o país e foi batizada de Escudo Bolivariano 2025. As tropas brasileiras foram colocadas em alerta na fronteira, mas não foram movimentadas para posições de batalha. Não houve nenhuma escaramuça ou conflito.

Desde o ano passado, as tropas em Pacaraima receberam reforços, passando de um efetivo de cerca de 150 combatentes para 450. Eles também receberam blindados Cascavel armados com canhões de 90 mm, jipes blindados Guaicuru e construíram casamatas e estruturas de defesa. O efetivo não é aumentado ainda mais pelo alto custo de se manter uma tropa numerosa em área isolada, mas o reforço enviado no ano passado deve ficar de forma permanente na região.

O outro cenário analisado pelo Exército é que a manobra pode ser um recado de Maduro em relação ao início do governo do presidente americano Donald Trump. A mensagem implícita seria que a ditadura bolivariana tem capacidade de gerar tensão e disrupção da ordem no continente americano. Caracas é apoiada informalmente pela Rússia e pela China.

O exercício ocorreu no mesmo dia em que o secretário de Estado americano, Marco Rubio, conversou com os líderes opositores venezuelanos. Edmundo González Urrutia e María Corina Machado para reafirmar o apoio da Casa Branca à restauração da democracia no país sul-americano.

O Exército prepara agora um exercício militar para o fim do ano na mesma região de Pacaraima. Porém, o plano é avisar o governo venezuelano com antecedência.

* Com informações da Gazeta do Povo.

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Ewaldo Willerding Neto

Jornalista formado pela UFSC com 30 anos de atuação.