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Um dia após suspensão do Plano Safra, Haddad diz que solução para inflação é aumentar o plano

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Por: Pedro Leal

21/02/2025 - 14:02 - Atualizada em: 21/02/2025 - 14:21

Um ofício do Tesouro Nacional encaminhado às instituições financeiras determinou nesta quinta-feira (20) a suspensão dos financiamentos agrícolas subvencionados no Plano Safra 2024/25 a partir de sexta-feira, enquanto o Projeto de Lei Orçamentária de 2025 ainda está em tramitação no Congresso Nacional – as informações são do Infomoney.

O Tesouro Nacional indicou ainda, no documento, que os custos com os programas subsidiados cresceram, enquanto especialistas apontam a alta da taxa Selic desde o lançamento do Plano Safra como um fator que impacta as despesas para os financiamentos subvencionados.

A suspensão de tais financiamentos acontece em momento em que produtores do Brasil estão plantando a segunda safra de milho, colhem a soja e iniciam a colheita de arroz. Em outras culturas, como o café, produtores realizam tratos culturais.

No dia seguinte a suspensão do plano, em entrevista nesta sexta-feira (21) ao ICL Notícias, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a primeira providência do governo federal para conter a inflação de alimentos é a expansão do Plano Safra, que apóia o setor agropecuário e oferece linhas de crédito, incentivos e políticas agrícolas aos produtores rurais.

“A primeira providência é a seguinte: vamos fazer planos safras cada vez mais robustos, maiores e melhores. E o governo [do presidente] Lula vai para o seu terceiro ano preparando um terceiro grande plano. Nós batemos dois recordes em 2023 e 2024 e queremos fazer o mesmo em 2025. Assim que o orçamento for aprovado, vamos lançar o Plano Safra para a próxima colheita e quero crer que o Brasil tem todas as condições de continuar ampliando a produção de forma adequada, sem desmatamento, que caiu vertiginosamente no país”, disse.

De acordo com o ministro, os problemas causados pela seca e as enchentes em 2024, além da manutenção dos juros americanos em patamares elevados e que impactaram o valor do dólar em todo o mundo, contribuíram para a alta da inflação no Brasil. Esses problemas, ressaltou, precisam ser contornados pelo atual governo.

“Tivemos episódios que precisam ser contornados. Tivemos problema de seca e inundação no ano passado, isso afetou. Tivemos a manutenção dos juros americanos em patamares muito elevados, o que faz com que o dólar fique muito forte no mundo inteiro. E quando o dólar está muito forte, ele causa inflação no mundo inteiro”, disse.

O ministro Fernando Haddad afirmou nesta sexta-feira que o governo vai buscar o aval técnico e legal do Tribunal de Contas da União (TCU) para retomar as linhas de crédito com recursos equalizados do Plano Safra 2024/2025.

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).