O ex-presidente dos EUA Donald Trump (R) foi condenado nesta quinta-feira (30) e se tornou o primeiro ex-presidente dos Estados Unidos a ser condenado por um crime.
As informações são do portal G1.
Ele foi condenado por fraude contábil, ao ocultar um pagamento de US$ 130 mil para comprar o silêncio da atriz pornô Stormy Daniels na eleição de 2016, quando derrotou Hillary Clinton, do Partido Democrata.
A decisão do Juri na justiça de Nova York foi unânime, e Trump foi declarado culpado em todas as 34 acusações pelos 12 integrantes do colegiado.
Mesmo condenado, Trump pode disputar a eleição. Ele terá como oponente o presidente Joe Biden, que tenta a reeleição.
O juiz do caso, Juan Merchan, ainda vai determinar a pena. A decisão deve sair em 11 de julho. Na pior das hipóteses, Trump pode pegar 4 anos de prisão.
As circunstâncias que o juiz pode levar em conta para atenuar a pena de Trump são as seguintes:
- Essa é a primeira condenação criminal dele.
- O crime não foi violento.
- A idade do condenado é de 77 anos.
- Ele já foi presidente dos EUA e pode ser novamente.
O mais provável é que a condenação seja uma multa e um período em liberdade condicional. Trump tem dito que é uma vítima de perseguição política e que o julgamento criminal faz parte de uma suposta campanha para evitar que a volta dele à Casa Branca.
Essa é a primeira vez que um ex-presidente dos EUA foi acusado e condenado criminalmente, e não se sabe como o eleitorado vai reagir ao processo. A votação está marcada para o dia 5 de novembro.
A Constituição dos EUA determina as seguintes condições para que uma pessoa seja presidente:
- Ter nascido nos EUA.
- Ter pelo menos 35 anos.
- Ter morado nos EUA durante 14 anos.
Constituição não proíbe que uma pessoa condenada criminalmente seja presidente, e pelo menos dois outros políticos já concorreram à presidência dos EUA mesmo com condenações criminais:
- Eugene Debs concorreu mesmo preso, em 1920. Ele foi o candidato do Partido Socialista e teve cerca de 1 milhão de votos.
- Lyndon LaRouche foi candidato a presidente em todas as eleições entre 1976 e 2004. Em uma das eleições, mesmo preso, ele teve 26 mil votos.
Esse foi o primeiro julgamento criminal em que um ex-presidente dos EUA foi réu.
A equipe da promotoria foi liderada por Alvin Bragg. Ao longo do processo, eles afirmaram que Trump cometeu interferência eleitoral em 2016 ao “comprar o silêncio” da atriz pornô Stormy Daniels na reta final da campanha para presidente naquele ano. No fim, Trump, do Partido Republicano, venceu Hillary Clinton, do Partido Democrata.
A atriz pornô Stormy Daniels afirmou no julgamento que teve uma relação sexual com Donald Trump em 2006, após um torneio de golfe. O ex-presidente nega que isso tenha acontecido.
No tribunal, Daniels relatou que conheceu Trump em julho de 2006 em um torneio de golfe de celebridades. Ela disse que o ex-presidente a convidou para jantar em sua suíte de hotel.
Ela disse que Trump não a coagiu a fazer sexo, mas afirmou ter percebido que havia um “desequilíbrio de poder” entre os dois. Em seu relato, afirmou que fizeram sexo na posição “papai e mamãe” e que Trump não usou camisinha.
Trump reconheceu ter conhecido Daniels no torneio, mas negou ter feito sexo ou falado com ela depois.
Outros casos
Esse foi o primeiro dos quatro casos criminais que Donald Trump enfrenta na Justiça, e que não devem ser julgados este ano
6 de janeiro
Trump é réu por ter tentado se manter no poder ilegalmente após perder as eleições de 2020 para Joe Biden. A invasão do prédio do Congresso dos EUA em 6 de janeiro de 2021 foi parte dessa campanha ilegal.
Ainda não há uma data marcada para o início do julgamento.
Tentativa de reverter o resultado da votação no estado da Geórgia
O ex-presidente é acusado criminalmente na Justiça do estado da Geórgia de ter tentado reverter o resultado da eleição no estado.
Ainda não há uma data marcada para o início do julgamento.
Caso dos documentos sigilosos
Depois de deixar o governo, Trump levou embora documentos sigilosos. Ele não devolveu esses papeis e foi processado criminalmente por isso.
Ainda não há uma data marcada para o início do julgamento.