O empresário jaraguaense Décio da Silva, presidente do conselho de administração da WEG, uma das maiores multinacionais brasileiras, e da Oxford Porcelanas, é um dos industriais convidados da Federação das Indústrias de SC (Fiesc) para encontro nesta terça-feira (16) com o presidente Michel Temer. O encontro vai reunir os líderes das federações das indústrias dos três Estados do Sul para discutir temas relevantes ao setor. Em entrevista à jornalista e economista Estela Benetti, colunista do jornal “Diário Catarinense”, em um intervalo de palestras na Expogestão, em Joinville, o empresário falou sobre investimentos, falta de infraestrutura em SC e recomendou mais atenção à inovação.
Acompanhando o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, na reunião com Michel Temer, ele deve cobrar atenção para as rodovias catarinenses, em especial a BR-280, que tem apenas 20% das obras concluídas. “Hoje você olha nos jornais e vê que cada vez mais atrasam as obras de duplicação da BR-470. Dizem, agora, que ficará pronta até 2021. E temos a BR-280. Somos um país de dimensões continentais que escolheu o modelo rodoviário e não temos estradas. Quando o Norte de SC não tem uma rodovia de via dupla para ir ao porto, isso gera um custo muito grande de logística. Precisamos fortemente de investimentos para a nossa malha viária.”
Questionado sobre o que espera das reformas da Previdência e Trabalhista, Décio avalia a reforma da Previdência como uma mudança necessária para equilibrar as contas públicas em médio prazo, trazendo mais confiança aos investidores do Brasil e exterior. “Os resultados não serão imediatos na economia, mas se não for feita, os jovens de hoje não terão aposentadoria no futuro”, disse, acrescentando que a seu ver, todas essas mudanças vão motivar os empregadores a retomar contratações.
Ele também alerta as empresas e empreendedores para a importância de se investir em inovação. “Quem ficar fazendo as mesmas coisas tem menos chances de colher resultados diferentes”, adverte. Outro ponto que sugere é buscar novos processos para se tornar mais competitivo. E o terceiro ponto é que o Brasil precisa ter mais empresas exportadoras. “Em suma, o país precisa exportar mais e se integrar às cadeias de produção globais”, diz.
Sugere às empresas que se renovem, busquem maior produtividade, desenvolvam produtos diferentes pensando no consumidor e nas tendências futuras. “Mas é importante que o Brasil tenha incentivos, financiamentos em volume e taxas competitivas para estimular as empresas a fazer esses investimentos em inovação.”
Neste sentido, reforça que a WEG tem usado duas estratégicas básicas nos últimos anos: ampliar mercados no mundo todo e desenvolver novas tecnologias e novos produtos.
“Eu vejo com orgulho o ônibus elétrico que faz o trajeto entre a UFSC e o Parque Sapiens. Tem uma partezinha da WEG lá. Projetos inovadores como este não terão receitas relevantes no curto prazo, mas certamente farão parte de receitas futuras.”