A decisão anunciada nesta quarta-feira (10) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa Selic em 15% ao ano — o maior patamar em quase duas décadas — acende um alerta importante para as finanças públicas estaduais. Para o Sindicato dos Auditores Estaduais de Finanças Públicas de Santa Catarina (SINDAF-SC), o cenário de juros altos amplia o custo do crédito, pressiona a dívida e exige precisão absoluta na gestão fiscal.
Segundo o presidente do SINDAF-SC, Sandro Medeiros Alves, a manutenção da Selic nesse nível consolida um ciclo econômico que demanda mais técnica e mais prudência dos estados. “Cada ponto percentual da Selic tem impacto direto no caixa, na capacidade de investimento e na execução das políticas públicas. Quando os juros permanecem elevados por tanto tempo, aumenta a responsabilidade das carreiras que estruturam a Secretaria da Fazenda para garantir planejamento, previsibilidade e controle rigoroso das contas”, afirma.
A Selic em 15% encarece operações de crédito, limita novos financiamentos e reduz a margem de manobra de governos estaduais, que precisam conciliar despesas obrigatórias com a continuidade dos investimentos. Para o sindicato, a combinação entre arrecadação robusta e gestão financeira técnica se torna ainda mais determinante em momentos de pressão sobre a dívida pública.
A importância das carreiras técnicas em ciclos de juros altos
O SINDAF-SC destaca que os ciclos econômicos sempre moldaram o comportamento da administração pública. Em momentos de hiperinflação, como na década de 1990, a taxa básica chegou a superar 40% ao ano. Em 2020, atingiu 2% — o menor patamar da história.
Agora, com o retorno dos juros elevados, o papel das carreiras da Secretaria de Estado da Fazenda ganha ainda mais relevância.
Os Auditores Fiscais da Receita Estadual garantem o equilíbrio da base tributária, combate à sonegação e asseguram justiça fiscal, preservando a competitividade catarinense mesmo em cenários de retração econômica.
Já os Auditores Estaduais de Finanças Públicas são responsáveis pela gestão fiscal, orçamentária, financeira e contábil do Estado, assegurando que cada recurso arrecadado seja planejado, programado, monitorado e aplicado com segurança técnica.
“Quando essas duas carreiras atuam de forma integrada, Santa Catarina mantém responsabilidade fiscal, continuidade dos serviços públicos e capacidade de entrega — mesmo diante de um ambiente econômico adverso”, completa Sandro.
Para o SINDAF-SC, a solidez fiscal catarinense é resultado direto da atuação técnica e permanente dessas carreiras, que seguem sustentando o Estado em um dos ciclos de juros mais desafiadores dos últimos anos.