O mundo está passando por um momento em que parece claro para muitas pessoas que o impacto econômico tem potencial para ser maior e sem precedentes. Por isso, estão sendo tomadas diversas iniciativas dos governos e bancos centrais, com o intuito de injetar recursos na economia para ajudar as pessoas e as empresas a passar por essa grande crise.

Sabe-se que o setor privado, principalmente, tem sido muito afetado e como consequência disso, reduções salariais e desemprego tem afetado a sociedade como um todo.

De acordo com o planejador financeiro e sócio da Warren Brasil, Leandro Corrêa, o Banco Central do Brasil, criou acertadamente um plano para injetar até a R$ 1,2 trilhão na economia brasileira. Mesmo assim, na iniciativa privada, alguns setores serão afetados mais do que outros.

"O setor de viagens/transporte aéreo certamente será mais afetado que o setor farmacêutico, já o setor do vestuário parece que será mais afetado do que o setor de supermercados" explica.

Porém, ele ressalta que ainda é cedo para saber os desdobramentos econômicos de um lockdown como esse.

Já no setor público, o grande impacto será o nível de endividamento. Corrêa pontua que o Brasil estava crescendo bem, a economia vinha melhorando e reformas importantes haviam sido feitas, as quais ajudariam a melhorar a saúde financeira e a capacidade de investimentos do governo. Entretanto, a crise do coronavírus vai fazer com que o estado saia dessa crise com mais dívidas do que o previsto.

"É importante que, após esse momento extraordinário, o país volte a cuidar das contas públicas e seguir fazendo as reformas necessários como a reforma tributária, administrativa entre outras para continuarmos no caminho de crescimento econômico. Nesse contexto, estamos cautelosos no curto prazo, mas otimistas com o futuro" disse.

 

"Em todas as crises, setor privado é mais afetado do que o privado"

Segundo planejador financeiro e sócio da Warren Brasil, Leandro Corrêa de maneira geral, em todas as crises setor privado é mais afetado do que o setor público. Mas, como na economia tudo está interligado, quando a economia não vai bem, o estado arrecada menos e essa crise vai gerar desemprego e muitas pessoas infelizmente sentirão isso na pele.

Corrêa reforça que em meio a uma crise econômica, o setor privado é obrigado a se adaptar a nova realidade para sobreviver, enquanto o setor público goza de uma certa “estabilidade” financeira prevista em lei.

Nesse momento, a arrecadação pode cair de forma profunda e muitos estados e municípios terão as contas prejudicadas. Para ele, será fundamental a coordenação entre os poderes para fazer com que o dinheiro injetado na economia chegue na ponta, para as pessoas e empresas. "Por isso as reformas (nesse caso a reforma administrativa) são tão importantes para o Brasil" explicou.

Salário: setor público x setor privado

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) fez um estudo sobre a diferença salarial do setor público e privado com dados dos últimos 31 anos e divulgou no final de 2019. No gráfico observa-se que, a partir de 2003 a renda média do funcionalismo público aumentou mais do que a média do setor privado após um longo período de estagnação.

De acordo com Corrêa, "não somente a média, a renda total do funcionalismo público é historicamente mais elevada do que a renda total dos funcionários do setor privado". Entretanto, num momento de crise como o que vivemos atualmente, o setor privado é afetado primeiramente.

Milhões de reais são gastos pelos parlamentares mensalmente

O Brasil é um dos países em que os parlamentares são muito bem pagos e possuem uma série de auxílios. Dados do portal da transparência da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), bem como da Câmara dos Deputados e do Senado, expõe os gastos mensais utilizados pelos políticos. Num momento em que o setor privado se adapta a situação com redução salarial, adiantamento de férias e negociações com o funcionário, a população cobra dos parlamentares atitudes igualitárias.

Salários, cota parlamentar e verba de gabinete

Deputados estaduais (40):

  • Salário: R$ 25.322,25
  • Cota parlamentar: R$ 41,6 mil
  • Verba de gabinete: R$ 111.675,57
    *Deputados estaduais não tem direito a auxílio moradia.
  • Total/mês: R$ 178.597,82

Deputados federais (513):

  • Salário: R$ 33.763,00
  • Auxílio Moradia: R$ 4.253,00
  • Cota parlamentar: R$ 39.877,78
  • Verba de gabinete: R$ 111.675,59
  • Total/mês: R$ 149.691,59

Senadores (81):

  • Salário: R$ 33.763,00
  • Auxílio Moradia: R$ 5.500,00
  • Verba indenizatória: R$ 45.000,00
  • Verba de gabinete: R$ 82.000,00
  • Total/mês: R$ 166.263,00

 

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