Senadores eleitos, Esperidião Amin e Jorginho Mello falam de prioridades

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Por: Pelo Estado

10/10/2018 - 10:10 - Atualizada em: 10/10/2018 - 10:21

A partir do dia 1º de fevereiro de 2019, Santa Catarina terá uma nova composição no Senado federal. Saem de cena os senadores tucanos Paulo Bauer, que tentou a reeleição, sem êxito; e Dalírio Beber, que não concorreu e desde 2015 ocupa vaga aberta com a morte de Luiz Henrique da Silveira. Permanece Dário Berger (MDB) para os quatro anos finais de seu mandato.

Os eleitos no domingo, Esperidião Amin (PP) e Jorginho Mello (PR), não são novatos na política. Enquanto Amin fez 1.226.064 votos, o equivalente a 18,77% dos válidos, Jorginho Mello conquistou 1.179.757 votos, ou 18,07% dos válidos.

Atualmente, os dois são deputados federais. Na entrevista a seguir, em parceria entre a ADI (Associações de Diários de Interior) e Adjori (Associação de Jornais do Interior), os dois falam sobre o pleito, as surpresas e traçam prioridades.

O senhor esperava a eleição?

Esperidião Amin: Eu nasci em dia de São Tomé. Sou muito de ver para crer. Além do mais, há 35 anos eu leio, todos os dias de manhã, um devocional. Que ontem (dia da eleição) trazia o provérbio 14:16 – “O sábio é cauteloso e evita o mal, mas o tolo é afoito e se dá por seguro.”

 

Não adianta ter certeza de nada antes de a apuração estar 100% concluída. Esperei a apuração com a casa fechada, quietinho, até terminar. Mas é claro que havia a expectativa da vitória, os indicativos eram bons, mas houve muitas surpresas.

Foi uma eleição cheia de surpresas, não é?

Amin: O próprio crescimento do PSL e dos candidatos do PSL não tinha sido identificado em nenhuma pesquisa. O meu palpite era que o Bolsonaro faria 65% dos votos em Santa Catarina e foi o que aconteceu.

 

Eu previa que ele fizesse no primeiro turno a votação que o Aécio Neves fez no segundo turno de 2014. E é claro que isso puxa a votação dos deputados estaduais e federais. Não é nada de anormal, mas não era previsto.

O PSD, partido aliado ao PP, vai ao segundo turno para o governo do Estado disputando com Comandante Moisés, do partido de Bolsonaro. Qual o encaminhamento?

Amin: Fizemos um balanço da situação, que temos que ter uma posição tranquila em relação a isso. Ele já votou em Jair Bolsonaro. Eu também votei. Temos que restringir essa disputa a Santa Catarina.

 

Se eu fosse o Bolsonaro, do que é que eu gostaria? Que os dois, Gelson e Moisés, continuassem pedindo votos para mim. São dois palanques ao invés de um. E porque ele vai ter que enfrentar o Nordeste, onde vários governadores do PT já foram eleitos no primeiro turno e todos vão pedir voto para o Haddad.

 

Vão melhorar ainda mais a posição do Haddad. Aqui, basta não haver briga que é possível melhorar a posição do Bolsonaro.

Quase um mês atrás o senhor já afirmava que sairia vitorioso e ainda apostou que comporia com Amin. De onde tanta certeza?

Jorginho Mello: Pelo trabalho que eu tinha feito, né? Eu sentia nas pessoas. Um pouquinho de política, a gente já conhece. Mesmo com onda disso, onda daquilo, a essência da política eu já aprendi.

 

Eu conheço de gente e quem conhece de gente sabe fazer uma avaliação política mais segura. E deu tudo certo. Estou entusiasmado para trabalhar.

Ficou surpreso com o crescimento do Comandante Moisés (PSL), que acabou tirando da disputa o Mauro Mariani (MDB), líder da sua coligação?

Mello: Mais um resultado da onda Bolsonaro. O Mauro, mesmo o MDB sendo um partido raçudo, não conseguiu segurar. O que se sabe é que não resulta de uma rejeição ao MDB que tem o Temer na presidência.

 

O MDB daqui é diferente. Não é aquele que faz mal para o Brasil há muito tempo. Eu pelo menos tenho essa visão. O MDB daqui não é o do Renan, do Jucá.

Eleição garantida, quais os próximos passos daqui até a posse como senador?

Mello: Vou continuar trabalhando. Sou deputado federal e tenho que cumprir o mandato. Semana que vem estarei em Brasília, até porque há muitas atividades programadas. Vamos trabalhar.

Espera que venha alguma pauta bomba nestes meses finais do governo Temer?

Mello: Não sei o que é que vem. A pauta lá, por enquanto, é de água com açúcar. Não tem nada de muito importante. Até porque esse Congresso tem pouca credibilidade para votar alguma coisa importante.

Falando de segundo turno, o senhor deve apoiar Comandante Moisés (PSL) ou Merisio (PSD)?

Mello: Estamos fazendo uma avaliação sobre isso para definir qual vai ser o caminho do PR. Estou chamando todos os candidatos do partido e lideranças de um modo geral para conversar sobre isso.

 

Por enquanto não posso falar nada, porque não depende só de mim. Vamos tratar do assunto com a seriedade e o respeito que o assunto merece. Tanto para o governo estadual quanto para o federal.

 

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