O senador Jorge Seif (PL-SC), atualmente alvo de um processo de cassação, tem dado sinais de uma mudança de postura em relação às suas declarações públicas, especialmente em relação ao Judiciário, e em particular ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Seif indicou que, caso seu mandato seja preservado, ele se compromete a não mais proferir críticas negativas em relação ao sistema judicial.
Nos últimos dias, uma estratégia de aproximação com magistrados foi adotada pelo senador e sua equipe jurídica, com visitas realizadas em Brasília. Esses encontros têm sido interpretados como uma tentativa de buscar uma resolução favorável ao senador no processo de cassação, bem como de estabelecer uma nova relação com o Judiciário.
O senador é acusado pela a coligação formada pelos partidos Patriota, PSD e União Brasil de que teria sido beneficiado pela cessão de um helicóptero por parte de um empresário da construção civil, o suposto uso da estrutura da empresa Havan na campanha e um suposto financiamento de propaganda eleitoral por parte de um sindicato no estado.
No fim do ano passado Seif chegou a ser absolvido no Tribunal Regional Eleitoral de SC, que julgou os pedidos de cassação improcedentes e entendeu que não havia provas suficientes para demonstrar a gravidade das condutas de abuso de poder econômico.
Depois disso, a coligação ‘Bora Trabalhar’ apresentou recurso junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo a reforma da sentença da Corte Regional. Em março deste ano, o vice-procurador-geral da República Alexandre Espinosa emitiu parecer determinando a cassação do mandato da chapa eleita para o Senado em SC, no pleito de 2022.
O julgamento já sofreu dois adiamentos. No dia 4 de abril, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, adiando falta de tempo para análises do processo. No dia 16, pela ausência do relator, ministro Floriano Azevedo Marques, a sessão foi novamente suspensas e sem data para nova realização.