Senador catarinense Paulo Bauer admite em nota que recebeu R$ 100 mil da JBS, mas como doação de campanha

Por: OCP News Jaraguá do Sul

22/05/2017 - 20:05 - Atualizada em: 23/05/2017 - 08:11

O senador catarinense Paulo Bauer (PSDB), líder do partido tucano no Senado, emitiu uma nota oficial à imprensa no início da noite desta segunda-feira (22), em que reconhece ter recebido doação de R$ 100 mil da JBS, o grupo do empresário Joesley Batista, em 30 de setembro de 2010. Bauer foi citado na delação premiada dos diretores da JBS e seu nome aparece na planilha entregue ao Ministério Público Federal (MPF), informando que o tucano teria recebido R$ 100 mil em propina, mas que a mesma foi dissimulada como doação oficial para a campanha dele ao Senado em 2010, quando foi eleito.

O nome de Bauer aparece em uma planilha marcada como sendo do “PSDB-Sergio Freitas/Serra”. Fretas era o tesoureiro da campanha presidencial tucana naquele ano.A prestação de contas de Paulo Bauer em 2010 realmente apresenta  uma doação da JBS em 30 de setembro, no valor de R$ 100 mil.

Confira a íntegra da nota oficial:

“Acerca da notícia de que a empresa JBS realizou contribuição para a minha campanha eleitoral de 2010 ao Senado, informo:

“1 – A empresa JBS contribuiu para aquela campanha com R$ 100 mil de forma oficial e legal, de acordo com a Legislação Eleitoral vigente à época;

“2 – A doação ocorreu em razão de solicitação feita por lideranças nacionais do PSDB à empresa em favor de diversos candidatos do partido em vários estados do país;

“3 – O valor consta da Prestação de Contas que fiz ao Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina que foi aprovada por aquela Corte Eleitoral;

“4 – Manifesto absoluta e categoricamente que em nenhuma circunstância ou possibilidade ocorreu qualquer contribuição financeira, sem base legal, em favor daquela campanha eleitoral;

“5 – informo que, jamais, antes, durante ou depois da campanha de 2010, mantive contato com a JBS através de seus dirigentes ou representantes para oferecer meus préstimos ou solicitar qualquer tipo de favor, benefício ou atenções para assuntos privados ou públicos; aliás, nunca conheci os irmãos proprietários daquele grupo empresarial;

“6 – Causa perplexidade a informação produzida pelos delatores da JBS de que aquela empresa tenha destinado recursos para minha e outras campanhas de candidatos do PSDB utilizando-se da empresa Projeto Consultoria Financeira e Econômica LTDA, com sede em São Paulo (SP), inscrita no CNPJ/MF sob o número 08.432.773/0001-59 visto que o sócio principal da mesma, conforme informações apuradas hoje junto ao Ministério da Fazenda, é o presidiário Antônio Palocci Filho, ex-ministro dos governos Lula e Dilma e liderança histórica do Partido dos Trabalhadores  ao qual o PSDB fez e faz oposição.

“7 – Refuto todas e quaisquer informações prestadas por delatores que pretendam ofender minha honra, questionar a legalidade dos meus atos ou me constranger perante a sociedade, principalmente os mui dignos eleitores catarinenses.

“8 – Coloco-me à disposição de qualquer instância policial e judicial, oferecendo a quebra dos meus sigilos bancário, fiscal, financeiro e telefônico para quaisquer investigações que se fizerem necessárias.

“9 – Não será por meio de acusações infundadas que delatores criminosos amenizarão as eventuais penalidades que a Justiça brasileira deva lhes imputar.”