O relator da Comissão Temporária sobre Inteligência Artificial no Brasil, senador Eduardo Gomes (PL-TO), apresentou seu texto sobre a proposta (PL 2.338/2023) com contribuições de outros nove projetos, além das sugestões feitas pelos senadores. Mais emendas foram apresentadas de última hora e o colegiado aprovou a extensão do prazo para análise do relatório, além da realização de mais cinco audiências públicas, conforme solicitação do senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP).
Em pronunciamento, Eduardo Gomes fez um balanço sobre a tramitação do PL 2.338/2023, projeto de lei e destacou o intenso trabalho “de mais de mil dias” para análise do texto. O parlamentar lembrou que houve contribuições de especialistas, instituições e representantes de Legislativo, Executivo e Judiciário.
“Foi um trabalho muito difícil, mas que nós realizamos com a abertura, com a discussão democrática dos temas e, mesmo nos últimos momentos, sempre provocando e expondo qualquer que seja a divergência. No Brasil, discordar da regulamentação da inteligência artificial, neste momento em que a matéria tramita no Senado, é um exercício simples de se identificar, usar o seu argumento e, se o texto for bom, se o texto for convincente e se for convergente, fará parte do relatório, porque assim manda a democracia, assim manda o bom senso”, afirmou.
O parlamentar destacou também a importância da Justiça trabalhista no contexto das novas relações de trabalho impulsionadas pela inteligência artificial. Para o senador, essa área será uma das mais impactadas pela regulamentação da tecnologia. Eduardo Gomes argumenta que a aprovação da matéria será o início de um “processo contínuo” de aperfeiçoamento legislativo. Segundo ele, a sintonia com a Câmara dos Deputados será fundamental para entregar ao Brasil uma regulamentação “moderna, eficaz e simples” do uso da inteligência artificial.
“Esconder-se desse debate, eximir-se desse debate, é comprar riscos externos de uma população mundial que trata desse assunto como ele deve ser tratado. Inteligência artificial é um assunto global, que é discutido numa rua de 7 bilhões de habitantes. Não é eficiente trancar-se, evitando o debate, achando que isso vai solucionar uma questão diária, que é convivermos com essa nova tecnologia. Por isso, teremos este primeiro passo da aprovação da regulação”, concluiu.
Fonte: Agência Senado