Segundo turno em Jaraguá do Sul só em 2050

Em setembro de 1986, dados oficiais do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina apontavam que Jaraguá do Sul tinha exatos 36.626 eleitores cadastrados e aptos a votar. Em outubro de 2012 eram 105.045 mil e, quase 30 anos depois, de acordo com os números do cartório eleitoral finalizados até fevereiro deste ano, a cidade tem 112.212 eleitores. Ou seja, em três décadas o crescimento global foi de 75.586 mil novos títulos. Nesse ritmo, prevê o chefe de Cartório da 17ª zona eleitoral, Eduardo Arbigaus, será preciso mais 40 anos para que o município entre na lista das cidades com possibilidade de eleições em segundo turno para prefeito. Hoje, entre os 295 municípios de Santa Catarina, isso ocorre apenas em Florianópolis, Joinville e Blumenau, com mais de 200 mil eleitores e onde a votação passa a ser, obrigatoriamente, pelo sistema biométrico a partir de outubro.

O cadastro de novos eleitores, de primeiro título ou transferências, vai até dia 4 de maio, mas Arbigaus não vê um crescimento significativo. “Vamos ficar dentro da média, em torno de mais seis mil eleitores”, disse. Ainda não há confirmação, mas a expectativa é de que as cerca de 500 urnas que virão para as eleições municipais de outubro funcionem com sistema misto. “Se for o caso de urna já com biometria, o eleitor poderá optar entre o sistema que já conhece ou não, porque não muda nada”, explica Arbigaus. Acrescentando que todos os procedimentos do cartório até o prazo final de cadastramento e que incluam atualizações, primeiro título e transferências, por exemplo, serão feitos aplicando a biometria.

“De qualquer forma, os dois sistemas são invioláveis. Não há como fraudar uma urna porque para a transmissão de dados são usados códigos exclusivos da Justiça Eleitoral e que, antes da apuração, já estão em poder do TRE/SC e do TSE. O sistema acusa, automaticamente, qualquer erro de senhas, que devem ser as mesmas, recusando a transmissão”, explica Arbigaus.

Em agosto, a Justiça Eleitoral de Jaraguá do Sul abre uma série de audiências públicas para explicar sobre o funcionamento das urnas, testá-las e tirar dúvidas. “Geralmente, não vai ninguém, nem mesmo candidatos ou representantes de partidos. Mas, depois reclamam, principalmente os que perdem a eleição”, observa o chefe do Cartório.

Voto com segurança
A urna eletrônica como conhecemos é uma referência mundial, adotada, inclusive, em eleições nos Estados Unidos. Pelo embaralhamento interno das informações recebidas e outros mecanismos de segurança, não há nenhuma possibilidade de se verificar em quais candidatos um eleitor votou. Porém, para aumentar ainda mais a segurança que envolve o processo eleitoral, garantindo a máxima de “um eleitor, um voto”, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu adotar o sistema de biometria em cidades com 200 mil eleitores ou mais e que são reconhecidos na urna pelas suas digitais. Muitos países usam o sistema, testado pela primeira vez em 2001 na República Islâmica da Mauritânia, um país africano localizado próximo ao arquipélago de Cabo Verde.