Saiba como a reciclagem pode gerar empregos e renda em Jaraguá do Sul

Foto: Fábio Junkes

Por: Gustavo Luzzani

09/10/2019 - 06:10

Além de trabalhar para aumentar a coleta seletiva em Jaraguá do Sul, desde o ano passado, o Samae (Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto) vem trabalhando para incentivar a abertura de cooperativas de reciclagem no município.

De acordo com o Samae, Jaraguá do Sul produz cerca de 600 toneladas de resíduos sólidos por mês, em média, sendo que cada pessoa produz uma média de 600 gramas por dia. Desse total, aproximadamente 25% é reciclável.

Em 2018, eram apenas seis cooperativas, enquanto este ano, o número já subiu para 11, com possibilidade chegar a 12, já que tem mais uma que está em processo de credenciamento.

Fotos: Fábio Junkes

Uma das novas entidades que fez esse número subir foi a Cooperativa de Trabalho Keller, onde Waldemar Keller, de 56 anos, trabalha junto com sua filha, Rosana Keller, de 32 anos. Nove meses depois de se credenciarem, eles já estão conseguindo reciclar cerca de 130 fardos prensados de reciclados por mês.

“Contamos também com sete cooperados que trabalharam durante a semana em horário normal. Quando tem muito serviço, meu pai paga pessoas para fazer mutirão no sábado”, destaca Rosana.

Ela comenta que o sistema de cooperativa acaba se tornando um negócio rentável, além de trazer a boa sensação de estar contribuindo com o município.

“O retorno é bom e também ajuda as pessoas dando oportunidade de emprego”, acrescenta.

Rosana comemora o fato do Samae e a Prefeitura de Jaraguá do Sul terem auxiliado ela a encontrar um fornecedor para determinados materiais e esclarecerem as dúvidas pertinentes ao seu negócio. “A ajuda deles é muito boa, não temos do que reclamar”, enfatiza.

A engenheira sanitarista do Samae Morgana Decker, comenta que não adianta ter 30 cooperativas na cidade se não terá material para todas trabalharam. Segundo ela, é importante criar uma cultura de reciclagem na população e, consequentemente, os números irão aumentar.

“Vamos fazer um novo credenciamento em janeiro, mas não vamos aumentar o número. Queremos ter 12 cooperativas no município”, esclarece.

De acordo com Morgana, a ideia é que as pessoas que querem entrar para o ramo ou se são coletores clandestinos, sejam guiadas para trabalhar nas cooperativas que já existem em Jaraguá do Sul.

Saco verde

Os grandes beneficiários do uso dos sacos verdes, distribuídos pela Prefeitura de Jaraguá do Sul para a população, são as 11 cooperativas de recicladores do município. Josiane Trindade Mello, de 26 anos, conta que sua cooperativa no bairro Amizade começou a receber mais material com a volta do saco, que havia parado por um período em 2016, retornando um ano e meio depois.

A coletora relata que com ele as pessoas separam melhor os materiais. “Antes quase metade do que vinha no caminhão era descartado, mas hoje é apenas 10% a 15%”, ressalta, completando que com a divulgação sendo feita a separação vai melhorando.

Atualmente, a cooperativa de Josiane está conseguindo reciclar de 100 a 120 fardos por semana, estando dentro da meta estipulada pela coletora.

Os sacos verdes voltaram a circular nas residências da cidade em maio de 2018, quando menos de 10% do lixo estava sendo reciclado. A partir de então, o número foi crescendo gradativamente até atingir os 26% em julho deste ano, maior índice desde então.

“Em agosto de 2019, conseguimos 411 cargas de material seletivo, o maior número desde que voltamos com o saco verde”, comemora Ademir Izidoro, presidente do Samae.

Coletores clandestinos

O principal problema que o Samae enfrenta é com as pessoas que fazem coletas clandestinas e levam os materiais para casa, gerando doenças para a comunidade. “É desumano ver como os clandestinos deixam o ambiente”, comenta Ademir Izidoro.

Em um desses casos, no bairro Amizade, um morador estava armazenando diversos resíduos em sua casa, mas depois de ser autuado pela Vigilância Sanitária ele abandonou o local. Na casa, foi encontrado tubos de televisores, geladeiras, máquina de lavar, vidros, produtos químicos e muito mais resíduos, inclusive químicos.

Pensando nisso, a Prefeitura fez um levantamento de todos os pontos similares no município, que foi concluído no começo deste mês. A engenheira sanitarista do Samae Morgana Decker, conta que existe, no mínimo, 50 coletores clandestinos no município.

“Estamos analisando caso por caso e vendo como devemos agir. Tem situação que é preciso acionar a Assistência Social”, explica.

 

 

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