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Reino Unido vai reconhecer Palestina se Israel rejeitar cessar-fogo

Divulgação/Forças de Defesa Israelense

Por: Pedro Leal

29/07/2025 - 15:07 - Atualizada em: 29/07/2025 - 15:53

O governo do Reino Unido informou, nesta terça-feira (29), que vai reconhecer a Palestina como um Estado, até setembro deste ano, caso Israel não aceite certas condições para aliviar o sofrimento dos civis na Faixa de Gaza. Tel Aviv é contra a criação de um Estado palestino.

A decisão foi divulgada cinco dias após a França anunciar que vai reconhecer, também em setembro, o Estado da Palestina nas Nações Unidas. Com isso, França e Reino Unido podem se tornar as duas primeiras potências ocidentais a reconhecerem a Palestina.

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O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, disse que o gabinete tomou a decisão hoje.

“Em Gaza, devido a uma falha catastrófica na ajuda humanitária, vemos bebês famintos, crianças fracas demais para se manterem em pé, imagens que permanecerão conosco por toda a vida. O sofrimento precisa acabar”, disse.

As condições elencadas pelo chefe do governo britânico ao governo de Israel para evitar o reconhecimento da Palestina são:

  • Que o governo de Benjamin Netanyahu tome medidas substantivas para pôr fim à terrível situação em Gaza;
  • Que concorde com um cessar-fogo e se comprometa com uma paz sustentável de longo prazo “reavivando a perspectiva de uma solução de dois Estados”;
  • Que permita à ONU distribuir ajuda humanitária nos territórios palestinos ocupados;
  • Que deixe claro que não haverá anexações na Cisjordânia.

O primeiro-ministro Keir Starmer acrescentou que a mensagem ao Hamas continua a mesma: “Eles devem libertar imediatamente todos os reféns, assinar um cessar-fogo, desarmar-se e aceitar que não participarão do governo de Gaza”, completou.

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Ao todo, mais de 140 dos cerca 190 países da ONU já reconhecem a Palestina como Estado, incluindo o Brasil, que fez esse reconhecimento em 2010. Na Europa, dos 27 Estados, apenas Eslovênia, Suécia, Espanha, Irlanda e Noruega reconhecem a Palestina como Estado.

Nesta semana, uma conferência da ONU discute a solução de dois Estados para crise na Palestina. Os países debatem medidas para tornar os dois Estados uma realidade.

O governo de Tel Aviv rejeita a criação de um Estado palestino. Por meio de nota, o governo israelense criticou a declaração do primeiro-ministro do Reino Unido.

“A mudança na posição do governo britânico neste momento, após a ação francesa e as pressões políticas internas, constitui uma recompensa para o Hamas e prejudica os esforços para alcançar um cessar-fogo em Gaza e uma estrutura para a libertação de reféns”, disse o Ministério das Relações Exteriores de Israel.

Entenda

Com o anúncio do Reino Unido, cresce a pressão sobre Israel para que assine um cessar-fogo e permita a entrada desimpedida de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

A fome que assola os quase 2 milhões de pessoas de Gaza devido ao bloqueio israelense tem contribuído para aumentar o isolamento internacional de Israel e dos Estados Unidos em relação ao conflito no enclave palestino. A ONU afirma que Israel usa a fome como arma de guerra.

O governo de Benjamin Netanyahu, contrariando todas as evidências, diz que não há fome no território palestino, afirmação questionada até pelo aliado Donald Trump, que reconheceu a fome em Gaza.

Nesta terça-feira (29), chegou-se à marca dos mais de 60 mil palestinos assassinados em Gaza desde o dia 7 de outubro de 2023, quando o Hamas fez um ataque surpresa contra vilas ao Sul de Israel, matando cerca de 1,2 mil pessoas e fazendo mais de 200 reféns.

Da Agência Brasil, com informações da Reuters e da ONU.

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).