Regime especial de contratação de mulheres vítimas de violência é aprovado na Câmara de Jaraguá do Sul

Mulher esconde o rosto com as mãos

Foto Ilustrativa/Pexels

Por: Áurea Arendartchuk

22/04/2021 - 15:04 - Atualizada em: 23/04/2021 - 11:43

O projeto de lei nº 65/2021 de autoria da vereadora Nina Santin Camello (PP) que pretende viabilizar a inserção de mulheres vítimas de violência doméstica no mercado de trabalho com mais agilidade foi aprovado, em 2ª votação, na sessão de terça-feira (20) na Câmara de Jaraguá do Sul. O projeto segue agora para a sanção do prefeito Antídio Lunelli (MDB).A proposta cria o Regime Especial de Contratação de Mulheres Vítimas de Violência Doméstica e tem o objetivo de estimular a contratação de mulheres que estão em situação de vulnerabilidade social e econômica.A vereadora adverte que ainda há muitas mulheres que são totalmente dependentes financeiramente do companheiro. E que é por conta dessa dependência econômica que elas acabam se sujeitando às agressões domésticas, sem conseguir romper com esse ciclo e mudar suas vidas.A redação do PL determina que o Sine (Sistema Nacional de Emprego) de Jaraguá do Sul destine 10% das vagas mensais do mercado de trabalho para encaminhar mulheres do Regime Especial às entrevistas de emprego.

De acordo com o projeto, a mulher deve registrar boletim de ocorrência e depois dirigir-se ao Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), com os documentos especificados na lei, que fará o acolhimento e acompanhamento da situação.

Todo o processo será feito em sigilo, portanto, as empresas não saberão se as candidatas são ou não são vítimas de violência doméstica.

Segundo Nina, é baixo número de mulheres desempregadas que formaliza denúncia junto às autoridades policiais competentes. Para ela, isso mostra a relação direta com a dependência econômica do parceiro, já que a mulher, sem trabalho formal, não reúne força para ruptura do estado de violência e condição financeira para recomeçar.

“A mulher não aguenta mais conviver com o agressor, mas, ao mesmo tempo, não tem condições financeiras de se sustentar, sem depender do parceiro”, alerta Nina.