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Reeleito, Vicente Caropreso reitera a bandeira da saúde para a região de Jaraguá do Sul

Foto Eduardo Montecino/OCP News

Por: Elissandro Sutil

09/10/2018 - 05:10 - Atualizada em: 09/10/2018 - 08:40

Eleito pela primeira vez em 1996, Vicente Caropreso (PSDB) iniciou sua vida política como vereador naquele ano e, embora tenha nascido em Blumenau, construiu sua carreira política em Jaraguá do Sul.

Aos 62 anos, Caropreso é médico neurologista há mais de 30 anos em Jaraguá do Sul e por mais de duas décadas se divide entre a medicina e a política.

Dois anos depois de ser eleito o terceiro vereador mais votado da cidade, quando conquistou 47.890 votos que o alçaram a deputado federal.

Em 2014, foi eleito para a Assembleia Legislativa de Santa Catarina e durante o mandato assumiu, a convite do governador Raimundo Colombo, a Secretaria de Estado da Saúde, onde permaneceu durante um ano.

Nestas eleições, foi reeleito a deputado estadual com 40.132 votos, sendo 25.320 da microrregião.

Veja a entrevista feita pelo OCP com o deputado estadual reeleito de Santa Catarina:

Qual será sua principal bandeira?

A principal bandeira vai continuar sendo a da saúde. Nós temos um sistema de saúde que é bom, em termos de hospital aqui em Jaraguá que serve a região, mas que está deixando a desejar do ponto de vista primário, ambulatorial.

 

As filas estão se multiplicando e isso tem causado um transtorno para muitas famílias. Eu gostaria muito de participar dessa discussão com prefeitos, associação de municípios para ver até onde nós podemos ir.

 

Eu vou continuar representando todo o sistema de saúde dentro da Assembléia, extremamente participante para que não falte o atendimento na hora que a pessoa mais precisa, na hora da urgência e emergência.

Qual sua visão sobre as reformas e como deve se posicionar?

Eu acho que nós temos que avançar mais na reforma política, tornar o voto distrital misto como algo extremamente importante para reduzir o esforço e economizar recursos durante essas campanhas. As regiões têm que escolher os candidatos que mais a representam. A reforma política em Brasília é fundamental.

 

A segunda coisa é a reforma previdenciária. Quando me tornei deputado federal, eu estava querendo me transformar em um especialista em previdência social.

 

Eu vejo como um risco iminente o colapso de todo o sistema, tanto estadual quanto federal e nós temos que ser mais radicais nisso. A expectativa de vida aumentou bastante e os fundos governamentais não estão dando mais conta.

 

Tem que conversar abertamente sobre isso e fazer um jogo limpo com a sociedade organizada e fazê-la entender que não é perda de direitos, mas sim assegurar os direitos fazendo as reformas necessárias para a sobrevivência do sistema de aposentadorias e pensões.

Como você vê a redução da bancada do seu partido em SC e no país?

A política tradicional deu voz ao grito de protesto e foram eleitas pessoas que estavam no partido que mais simbolizou isso nesta última eleição, que foi o PSL.

 

Então, muitas pessoas até então desconhecidas do mundo político levaram muitos votos e conseguiram através da legenda eleger um maior número de deputados. Com isso, não sobrou voto para a política tradicional.

 

O meu partido se articulou mal e foi cometido uma série de erros pela executiva e isso ficou muito bem estampado nas urnas. O PSDB tem que se reinventar para não sumir.

Como você avalia o atual momento político do país?

Eu acho que foi bom que teve essa disputa no segundo turno porque se estabelece as intenções de cada um dos candidatos.

 

Se houvesse apenas um plebiscito como estava sendo aguardado através da eleição do Bolsonaro, que bom que veio a possibilidade de saber realmente o que quer e o que representa na realidade o Bolsonaro.

 

Vamos saber o que ele pensa agora sendo obrigado a ir a debates, porque até agora ele habilmente fez um discurso ideológico, mas não detalhou o que ele queria nas diversas áreas.

Como você irá se posicionar no segundo turno estadual e nacional?

Nós [partido] vamos começar a detalhar o nosso posicionamento, tanto nacional como principalmente estadual. Nacional vai caber a executiva nacional tomar uma posição, estadual nós vamos começar a definir o nosso posicionamento.

Muito se falava em uma renovação política o que, em partes, aconteceu. Como avalia essa “renovação”?

O eleitor quando liga a televisão de manhã e desliga de noite, ele ouve uma coisa só: denúncia contra a má postura da política e isso, é lógico, refletiu sobre o que o eleitor pensa da política.

 

Depois da Lava Jato, tudo mudou e isso foi se acirrando a tal ponto, com prisões e quando foram atingidas as principais lideranças de diversos partidos, inclusive do meu, isso mostrou que o público estava fadado a fazer uma guinada totalmente diferente daquela normal e foi isso que aconteceu.

 

As pessoas votavam para mudar, independentemente de quem fosse a pessoa. Muitas pessoas que foram eleitas agora vão ter que provar a que vieram.

Como você avalia o cenário de surpresas para o segundo turno em SC e outros estados?

Essa situação dessa guinada para o PSL era tão evidente e eles foram tão felizes na mídia social que mais uma vez eu digo: tenho sido um sobrevivente porque era 17 para todos os lados, menos o 45.999, então muitos eleitores de Jaraguá me colocaram como a única exceção no sistema 17 de cabo a rabo.

 

Pra mim foi surpresa. A política tradicional, neste momento, foi colocada debaixo do pé. Nós temos que admitir isso. Muito mais do que a mudança de pessoas, nós temos que mudar os procedimentos dentro da política e é isso que tem que acontecer com qualquer um que se elegeu nesse tsunami de votos do PSL.

 

Esses serão sim muito cobrados, porque eles, mais do que nunca, tem que cumprir o que eles propagaram em todos os cantos.

 

Eu tenho um pouco de temor em relação a algumas coisas: ao fanatismo e à unanimidade. Temos que ter muito cuidado e paciência para analisar o comportamento das pessoas. Eu vejo muitas pessoas festejando esse grande desempenho do Bolsonaro mostrando em suas postagens na rede social armas, como se fosse uma vingança de alguma coisa.

 

Isso me assusta um pouco, me assusta por ser um democrata, por acreditar sempre na democracia, no diálogo, na bondade das pessoas. Acho que é hora de o país se acalmar, ir para os debates.

Qual a sua avaliação do resultado eleitoral da região?

Vou continuar o papel que sempre tive, um papel suprapartidário dentro do meu mandato. Todas as cidades receberam benefícios meus.

 

Jaraguá e região só tende a crescer porque temos dois representantes a nível federal, a nossa esperança é que dois deputados vão trazer, certamente, uma quantidade de recursos jamais vista para a nossa região.

Como você avalia sua campanha e o resultado final?

Eu tenho que agradecer a região que disse um sim mais uma vez. Mais de 60% dos votos foram daqui, da microrregião e é pra essa região que eu vou trabalhar cada vez mais.

 

Eu credito isso ao trabalho que a gente vez, a minha postura como cidadão e, sobretudo o trabalho da equipe de comunicação que soube valorizar os meus pontos positivos e a postura em geral.

 

Foi uma eleição altamente profissional. Nós prevíamos um cenário difícil, mas tão difícil assim não.

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Elissandro Sutil

Jornalista e redator no OCP