Os patrões dos CTGs (Centro de Tradições Gaúchas) Unidos de Joinville, Junior Duarte, e Amor e Tradição da Fazenda Evaristo de Rio Negrinho, Gilson Stoeberl, buscaram orientações no gabinete da vereadora Ana Rita Negrini Hermes (PROS) para amenizar impacto aos animais nos rodeios.
A conversa aconteceu nesta segunda-feira e foi mediada pelo gabinete do vereador James Schroeder (PDT), a pedido dos próprios patrões, depois que a Frada – Frente de Ação Pelos Direitos Animais flagrou e divulgou nas redes sociais cenas de maus tratos a animais no 38º Rodeio Nacional do CTG Amor e Tradição na Fazenda Evaristo, realizado de 5 a 8 deste mês.
Os ativistas da Frada flagraram crianças e adultos agredindo bois com mangueiras, chicote e até paus no corredor de acesso a arena de provas; manutenção de pássaros silvestres em gaiolas pequenas e em ambiente com excesso de ruídos; e a realização de passeios com pônei, mesmo o animal estando com uma pata machucada.
A vereadora Ana Rita observou que o ideal é promover eventos sem animais, seja em exposições ou provas. Mas enalteceu a iniciativa de se buscar formas de minimizar o impacto. Ela lembrou que os bichos são sensientes – são capazes de sentir, de vivenciar sentimentos como dor, angústia, solidão, amor, alegria, raiva entre outros. “Os animais não merecem todo o mal que fazemos para eles”, frisou Ana Rita.
O patrão do CTG Amor e Tradição, que promove rodeio na Fazenda Evaristo em Rio Negrinho, Gilson Stoeberl, observou que fatores culturais ainda persistem e que pretende, com a orientação das entidades de defesa e proteção dos animais, coibir a prática e corrigir as falhas. “Erramos e queremos corrigir. No rodeio do ano que vem isso não vai acontecer”, garantiu. “Quero continuar com o rodeio, mas precisamos nos adequar”.
Segundo ele, alternativas já foram implantadas no último dia do rodeio (após a divulgação dos vídeos pela Frada). A condução dos animais para a arena, antes feita pelo estalo dos chicotes, foi feita com bandeiras brancas e objetos sonoros.
O patrão do CTG Unidos de Joinville e proprietário do Rancho Timbé, de Joinville, Junior Duarte, disse que tem a intenção de promover rodeios, mas quer estar dentro das normas. “Esta conversa mudou a nossa visão”, disse.
Ao final da reunião todos concordaram que a troca de informação, que a busca de orientação representa um grande avanço tanto para a causa animal quanto para entidades que pretendem promover eventos. “Vamos evoluir. Queremos ser exemplo para os demais CTGs do Estado”, disseram os dois patrões.
Sobre a legislação
De acordo com a emenda constitucional n° 96, de 2017, os rodeios são considerados patrimônio cultural. Foi inserido por meio do artigo 7°, do inciso VII, do artigo 225.
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos.
*Com informações de assessoria de imprensa