Na sessão dessa quinta-feira (3), a professora de biologia Thais Collet esteve na tribuna da Câmara de Jaraguá do Sul para expor o trabalho feito pelo Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) pela biodiversidade no município. A profissional levou aos vereadores uma exposição do projeto “Eco Trilha Mata Atlântica: promovendo a educação integral de forma lúdica”, desenvolvido no campus Rau.
A apresentação foi motivada pela possível venda de um terreno atrás da área da instituição de ensino, o que ameaça o andamento do projeto e a biodiversidade do local. A proposta aproxima crianças e alunos, em especial da rede pública de ensino, de animais nativos em uma trilha com extensão de aproximadamente 170m.
“A gente tem medo de que esses animais serão afugentados, vão perder o habitat natural deles ali, e não vão mais poder ficar ali”, alertou Collet. Ela pediu aos parlamentares auxílio na situação.
O pedido foi reforçado pelo vereador Professor Fernando Alflen (PL). “Hoje, essa instituição corre essa situação de perder, talvez, essa trilha. E hoje, nós não temos outras unidades que fazem esse trabalho”, declarou. Ele aventou a possibilidade de a questão ser levada aos plenários da Assembleia Legislativa de Santa Catarina e da Câmara dos Deputados.
O projeto Eco Trilha é desenvolvido com o auxílio de alunos bolsistas da instituição, que guiam as crianças por um terreno de aproximadamente 5 mil m² de mata atlântica preservada, com foco na educação ambiental.
A proposta também conta com acessibilidade e recebe educandos da APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) e da AMA (Associação dos Amigos do Autista).
Nas atividades, os visitantes podem observar de perto animais nativos. Collet relembrou, por exemplo, um momento de alegria das crianças ao verem esquilos.
“É um tipo de animal que não é comum chegar perto de visitantes, de crianças, e, além desse dia, outros vários animais chegam perto das crianças, [elas] ficam maravilhadas. Muitas vezes, a gente tem crianças que […] vivem em apartamento, que não têm a possibilidade de estar ao ar livre”, reforçou a professora.
Além disso, é possível observar meliponários (caixas com abelhas sem ferrão), praticar atividades com equipamentos de jardinagem e montar um terrário ao final da visitação, levado como costume às salas de aula das unidades escolares que participam da proposta. Ali, os alunos também ganham um livreto, que explica de forma detalhada o que observaram ao longo da trilha.
O objetivo das ações é incrementar a consciência ambiental e a educação sobre a biodiversidade presente em Jaraguá do Sul por meio da presença, do desenvolvimento de atividades lúdicas e da observação ativa na mata.