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Presidente do México apresenta plano ambicioso para fazer país virar uma das dez maiores economias do mundo

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, em 2024, na Guatemala Foto: Domínio Público/Governo da Guatemala

Por: Pedro Leal

20/01/2025 - 16:01 - Atualizada em: 20/01/2025 - 16:46

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, apresentou um plano de desenvolvimento com 13 objetivos que promete fazer do país uma das dez maiores economias do mundo. As informações são da BBC e do Terra.

Sheinbaum pretende fazer com que o país produza 50% dos produtos consumidos no mercado interno, criar 100 parques industriais para empregar milhares de pessoas e posicionar o país entre os cinco principais destinos turísticos do mundo.

“Que cada um dos mexicanos e mexicanas saiba que existe um plano, que existe desenvolvimento. Que, frente a qualquer incerteza que surja no futuro próximo, o México tem um plano e está unido para seguir adiante”, declarou.

A presidente não mencionou diretamente Donald Trump, que tomou posse nos EUA nesta segunda-feira (20)

O secretário da Economia do México, Marcelo Ebrard, definiu o projeto como um “mapa de navegação do México para a nova era que iremos enfrentar”.

“Nos meus 42 anos de serviço público, nunca vi um instrumento parecido”, destacou ele. “Existem incertezas no futuro imediato, mas estamos coesos e temos um rumo nacional que nos permitirá seguir adiante.”

Durante a apresentação do chamado Plano México, a presidente enumerou 13 grandes metas e definiu prazos e ações do governo para atingi-las:

  • Ser a 10ª maior economia do mundo. Atualmente, o México ocupa a 12ª posição em relação ao seu Produto Interno Bruto (PIB), segundo o Banco Mundial.
  • Investimentos de mais de 25% do PIB. O governo e o setor privado devem atingir 30% de investimento em relação ao PIB até o ano 2030.
  • 1,5 milhão de empregos especializados. Criar postos de trabalho na indústria e em profissões especializadas.
  • Aumentar a fabricação no México. 50% dos produtos consumidos no país devem ser fabricados no México em “setores estratégicos”, como tecidos, calçados e móveis.
  • 15% dos produtos mundiais fabricados no México. Aumentar a participação mexicana nas exportações ao nível global.
  • Compras do governo de fornecedores locais. O governo deverá realizar a metade das suas compras no mercado nacional.
  • Vacinas mexicanas. Realizar no país todo o processo de fabricação de vacinas com “biotecnologia avançada”.
  • Um ano de trâmites para investir. Reduzir de dois anos e meio para um ano o período de trâmites de novos negócios no país, reduzindo as exigências em 50%.
  • Formar 150 mil técnicos e profissionais. A cada ano, aumentar em pelo menos 150 mil o número de pessoas formadas em “setores estratégicos”.
  • Investimentos favoráveis ao meio ambiente. As indústrias devem manter políticas de reuso, energia limpa e processamento de resíduos.
  • Financiar 30% de pequenas e médias empresas. O governo e os bancos particulares devem apoiar quase um terço dos negócios médios e pequenos.
  • Top 5 do turismo no mundo. Posicionar o país entre os cinco destinos mais visitados do planeta.
  • Reduzir a pobreza e a desigualdade. Manter e ampliar os 9,5 milhões de mexicanos que saíram da pobreza nos últimos seis anos.

Sheinbaum também apresentou uma lista de 15 datas-chave imediatas para a implementação das novas ações, entre janeiro e abril deste ano.

“Saímos de uma época em que o planejamento não era necessariamente o eixo central de uma visão”, destacou ela.

Parte do equilíbrio necessário para o desenvolvimento geral do país, saindo do enfoque sobre a região de fronteira com os Estados Unidos, é a definição de 12 “Polos de Bem-Estar” – áreas estratégicas onde serão criadas indústrias, conforme os recursos locais.

“O objetivo […] é que todos nós nos incorporemos a esta visão do nosso país, que façamos parte, cada um dos mexicanos e mexicanas, por mais diferenças que possamos ter, de uma visão de longo prazo do nosso país”, declarou a presidente. “É para isso que estamos convidando a todos.”

Um dos principais destaques do Plano México é voltar a fabricar no país produtos que, nas últimas décadas, eram trazidos do exterior, principalmente da China.

Ao longo do tempo, o país deixou de produzir o que consumia para importar produtos da Ásia. Atualmente, 10% das exportações chinesas têm como destino o México, segundo o secretário da Fazenda mexicano, Rogelio Ramírez.

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).