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Prefeito eleito de Corupá, Nininho Eipper, diz que investir em saúde será a prioridade do seu governo

Nininho Eipper (partido Novo) | Foto: Fábio Junkes

Por: Elisângela Pezzutti

16/10/2024 - 07:10

O empresário Eddy Edgard Eipper, 70 anos, mais conhecido como Nininho Eipper (partido Novo), foi eleito prefeito de Corupá nas eleições do último dia 6 de outubro, com 4.106 votos (42,81%). Junto com o vice, Professor Felipe Rodrigues (PSDB), de 43 anos, concorreu pela coligação “Todos de mãos dadas por Corupá”. A eleição no município teve a participação de três chapas, com 10.109 votos no total, incluindo 200 votos brancos (1,98%) e 317 votos nulos (3,14%). Nininho foi vereador em Corupá na legislatura 2013-2016, quando concorreu pelo PSDB em coligação com o PMDB (hoje MDB), e candidato a prefeito em 2016 pelo PSDB, obtendo o segundo lugar, com uma excelente votação: 4.516 votos (47,94%). “Agradeci a Deus por não ter sido eleito porque, quer queira quer não, eu estaria dentro de um sistema político que hoje em dia eu combato”, afirma o prefeito eleito. “Sou bem à direita e entendo a direita como um Estado pequeno, eficiente e barato. Hoje, 50% do nosso trabalho é imposto. Você trabalha um dia para ti e outro para o governo. Então, é isso que eu combato”, ressalta. Confira a entrevista completa!

OCP: O partido Novo é reconhecido por reunir cidadãos que, insatisfeitos com a forma como a política é conduzida no país, resolveram sair da indignação e partir para a ação. Com base nisso, como será o seu governo na prática?

Nininho: Hoje, nós temos uma separação muito grande no cenário político nacional. O Novo é um partido pequeno ainda, mas eu arrisco a dizer que, atualmente, nós temos dois partidos no Brasil: todos os outros e o Novo, que é fundamentalmente diferente dos outros, na medida em que o Novo não pretende construir a imagem de uma pessoa e, em torno dela, um partido. O Novo pensa o contrário, ele crê que nós temos um sistema e uma pessoa que é a gestora naquele momento. Ela é importante naquele momento, mas não é em torno desse nome que as coisas serão criadas. A ideia não é endeusar uma pessoa. Nós temos que acabar com essa ideia de ‘salvador da pátria’, que é uma coisa totalmente criada pela mídia.

Eu não me vejo como um expert em esporte, turismo, cultura, educação, saúde, administração, obras, etc., que é o que todo mundo tenta parecer ser. Eu vou fazer o que cada setor precisar, por meio de um conselho de administração geral, que é um modelo do partido Novo a ser seguido. A ideia é colocar pessoas realmente capacitadas, com conhecimento técnico nas secretarias. Não serão simples indicações políticas. Nós vamos criar esses conselhos com base no que preconiza o partido Novo, e eu, como prefeito, vou dirigir os trabalhos. É um modelo que funciona muito bem, tanto que o Adriano Silva [prefeito de Joinville] foi reeleito com quase 80% dos votos.


OCP: O que o senhor considera que seja a principal demanda de Corupá hoje?

Nininho: Sem dúvidas, hoje é a saúde, uma área que já esteve bem melhor em Corupá. Em 2022, tínhamos nota 10 na avaliação do Ministério da Saúde, que leva em conta diversos indicativos para chegar a essa nota. Inclusive, o Felipe [agora vice-prefeito eleito] era o secretário da pasta. Durante a pandemia, a nota da saúde era 4.8. Ninguém queria assumir a Secretaria de Saúde e o Felipe assumiu. Essa avaliação influencia nos repasses do Governo Federal e com a nota subindo para 10, dobrou o valor repassado. Com isso, foram contratados mais médicos para os postos e acabaram-se a filas porque havia médico de manhã e de tarde. Para se ter uma ideia, dos 295 municípios catarinenses, apenas 12 atingiram nota 10. Além da saúde, também teremos que dar uma atenção especial à educação e à segurança pública. Desde a segunda-feira pós-eleição estou direto na Prefeitura conversando e tal. Um dos problemas que vejo é que Corupá cresceu desordenadamente.

 

OCP: Quais projetos o senhor tem em vista para o desenvolvimento do município?

Nininho: Corupá possui um imenso potencial turístico, mas precisamos de planejamento, para evitar problemas como os que Jaraguá enfrenta, com caminhões passando dentro da cidade, por exemplo. A mobilidade é uma questão muito importante e já temos projeto para isso. No trevo que dá acesso ao Parque das Indústrias, a gente quer construir uma ponte para fazer a ligação com a Rua Abílio Lunelli. Não é uma ponte muito grande, são 170 metros mais ou menos. Porque nós temos o problema do trilho do trem e não há nenhum viaduto em Corupá. É uma bagunça, pois temos uma zona industrial do outro lado do trilho, lá no Bairro Ano Bom, e outra para o lado de cá. Tem que ser um planejamento para 20 ou 30 anos.

E queremos atrair investidores para construir prédios de apartamentos populares, porque a carência de habitação é grande em Corupá. Com isso também vamos atrair mão de obra, que hoje está em falta no município. Atualmente, cerca de 1.700 pessoas de Corupá vêm trabalhar em Jaraguá do Sul. Por isso, eu gostaria de ter alguém da WEG no nosso conselho, para desenvolvermos um plano de expansão, especialmente com esta abertura que estamos pensando para o outro lado do rio.

 

OCP: Como será sua relação com o governador Jorginho Mello, que é do PL?

Nininho: A gente tem que entender que tanto o Jorginho como os deputados precisam de votos. Então, temos que parar com essa ideia de que nós temos um deputado. É bem o contrário: eles é que nos têm. E quanto mais eles nos têm, pior para nós, que passamos a ser um curral eleitoral. Então, quanto mais neutros nós estivermos e melhor pudermos ouvir as propostas, mais tem valor esse nosso voto. Isso está muito claro, tanto para o Jorginho, quanto para o Antídio [Lunelli, deputado estadual do MDB] e o Dr. Caropreso [deputado estadual pelo PSDB], que têm feito um trabalho muito bom na Assembleia. Do partido Novo temos o deputado federal Gilson Marques e o estadual, Matheus Cadorin, que são bastante engajados e certamente vão nos enviar algumas emendas.

 

OCP: O que a população de Corupá pode esperar do seu governo?

Nininho: Transparência, em primeiro lugar, o que significa dizer que será um governo 100% honesto, porque os conselheiros sobre os quais falei terão o orçamento municipal nas mãos. O Novo só impõe para eles duas restrições: primeiro nós temos que atender a saúde, em seguida educação e segurança. Atendidos esses setores, o restante do orçamento será discutido entre as demais áreas. Tudo terá que ser negociado. Mas eu não dirijo o trabalho, eu supervisiono o trabalho. O nosso orçamento anual é modesto, de apenas R$ 101 milhões, mas nós não queremos aumentar os impostos. Eu acho que dá para a gente organizar melhor este orçamento para fazer ele render mais. Tem ainda pessoas abnegadas que cuidam de animais abandonados no município e nós vamos sentar juntos e tirar um quinhão para eles também.

 

 

 

 

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Elisângela Pezzutti

Bacharel em Comunicação Social pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Atua na área jornalística há mais de 25 anos, com experiência em reportagem, assessoria de imprensa e edição de textos.