Prefeito de Corupá se despede do cargo e apresenta balanço

Por: OCP News Jaraguá do Sul

01/12/2016 - 07:12 - Atualizada em: 01/12/2016 - 07:19

Em seu último dia como prefeito de Corupá, Luiz Carlos Tamanini (PMDB) realizou coletiva de imprensa ontem (30) na Câmara de Vereadores do município. O mandatário fez uma prestação dos últimos quatro anos de governo. À noite, Tamanini renunciou oficialmente ao cargo, passando a cadeira ao vice-prefeito Loriano Rogério Costa (PSDB), conhecido como Kutcha.

O prefeito destacou os R$ 40 milhões em recursos captados pela Administração, juntamente com os vereadores e também partidos da coligação, por meio de financiamentos, recursos a fundo perdido e emendas parlamentares.

Além de obras, como a construção de duas unidades de saúde, no Centro e no bairro Seminário, e de um novo Centro de Educação Infantil (CEI), no Bomplandt, o prefeito ressaltou, a conquista dos níveis acima da média no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), de 6,7 nos anos iniciais, e de 5,9 nos anos finais, ultrapassando e atingindo as metas previstas pelo MEC (Ministério da Educação) para 2021.“Só por isso já valeu ser prefeito”, disse Tamanini.

Quanto à infraestrutura, o prefeito informou que foram investidos mais de R$ 18 milhões para a pavimentação de 30 quilômetros em 50 ruas. Para complementar os recursos captados, a contrapartida da Prefeitura contou com a parceria da população por meio do programa de pavimentação comunitária.

A obra de destaque é a pavimentação da Roberto Seidel, no bairro Seminário, com extensão de 2,7 quilômetros a um custo total de mais de R$ 2,3 milhões. O prefeito comentou que este valor, que considera baixo, só foi possível porque a própria Prefeitura realiza o trabalho de infraestrutura para receber o asfalto. Uma das economias foi utilizar o material coletado com o desassoreamento de rios no preparo da base do pavimento.

Administração e finanças

Tamanini também abordou questões da gestão. Os gastos com a folha variaram de 48,1% e 46,7% nos dois primeiros anos, passando para 50,7% em 2015 e caindo para 46,7% até o quarto bimestre deste ano. De acordo com os dados apresentados na coletiva, referentes ao último mês de novembro, a Prefeitura de Corupá conta com uma estrutura de 352 servidores efetivos, sendo que 39 possuem funções gratificadas. Já o número de servidores ACTs (Admitidos em Caráter Temporário) é de 37. Quanto ao quadro de comissionados, o Município tem atualmente 41 cargos em comissão ocupados, sendo que 24 se tratam de funcionários de carreira e 17 são de fora do quadro.

Em relação à situação financeira, Tamanini relatou que a Prefeitura tem mais de R$ 16,6 milhões a receber ou com saldo em caixa, referentes a programas e processos já iniciados e a obras em andamento, cujos valores são liberados conforme conclusão de etapas. Por outro lado, são R$ 7,3 milhões financiados até 2033. Para os próximos quatro anos, o novo governo de João Gottardi (PP) assume o pagamento de pouco mais de R$ 4 milhões.

Apesar das receitas em queda, o prefeito comenta que o pagamento a fornecedores está em dia, o que deve permitir o fechamento das contas dentro do que prevê a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

ENTREVISTA

O senhor esteve internado no hospital nesta semana. Como está a saúde?

Fiz exames para ver realmente qual é o problema, hoje já me sinto melhor, estava ficando doente de ficar no hospital porque estava preocupado em terminar as atividades (da Prefeitura), passar o comando para o vice. Claro que vou ficar junto com o Kutcha até o final do mês para dar andamento a tudo o que tem para fazer, mas estou fazendo tratamento, exames, me sinto bem.

Encerrando oito anos de mandato, com que sentimento o senhor sai da Administração?

Eu completo mais um ciclo de dois mandatos com a certeza de dever cumprido, de ter feito um trabalho responsável, de ter terminado o mandato sem ter brigado com o vice, de ter feito por Corupá, principalmente na área da educação, da saúde, de infraestrutura, foram áreas que a gente trabalhou firme. Encontramos muitas dificuldades em função de duas enchentes, de 2011 e de 2014, conseguimos recuperar o município e, além de recuperar, fizemos ainda mais. Para nós é uma satisfação muito grande ter terminado o mandato desta forma.

O senhor não conseguiu fazer o sucessor. Qual pode ter sido o motivo?

Eu vejo que a onda da mudança está acontecendo pelo Brasil todo, até nos EUA tem acontecido isso também, isso demonstra que eleição é eleição. Eu e o Kutcha tivemos conversando várias vezes sobre essa questão, nós temos que respeitar a vontade do eleitor, porque o eleitor votou para mudar. Talvez nem analisou os candidatos e em função disso aconteceu a mudança.

Muitas vezes a mudança é importante até para que a população, o eleitor faça comparações (de governo). Eu tinha o sentimento de ser vitorioso, mas não aconteceu. Faço votos que o futuro prefeito, o João (Gottardi) e seu vice (Arno Celso Neuber, do PP), façam uma boa administração, até porque eu vivo aqui e desejo sucesso para eles.

Como imagina que será o relacionamento do PMDB com o governo de Gottardi?

Vai ser oposição, mas uma oposição consciente, inteligente, e coligado com o PSDB, que é o nosso parceiro e sempre tem sido nosso parceiro. Eu acredito que as direções dos dois partidos vão estar juntas, além do PPS, PCdoB, que estiveram junto conosco, PSB e o PDT também deverão continuar dentro deste posicionamento, até porque essas conversas já foram feitas.

Quanto à Lei Orçamentária Anual, houve aumento do repasse do Executivo ao Legislativo, como o senhor vê essa medida, acha que pode ter sido manobra que deixa o próximo prefeito atrelado à Câmara pelo retorno das sobras?

Não vejo dessa forma, porque é um direito constitucional da Câmara de Vereadores. Eu tenho sempre trabalhado com a Câmara da seguinte forma: a Câmara manda o seu orçamento, e nós adequamos o orçamento e mandamos para a Câmara. Agora, a Câmara sempre tem o seu saldo e ela sempre o tem devolvido, acredito que isso deverá acontecer também para o próximo governo.

Quanto ao seu futuro político, o que o senhor pretende?

Eu sou do PMDB, sou coordenador regional, faço parte do diretório estadual e estou dentro do projeto do deputado federal Mauro Mariani (PMDB) que é o presidente do partido. Eu estou trabalhando com ele para ser candidato a governador. Se assim acontecer, provavelmente o (Carlos) Chiodini deve ser o candidato a deputado federal e provavelmente eu deverei ser o candidato a deputado estadual, trabalha-se dentro desta linha. Claro que tem muita análise para fazer, mas são mais ou menos essas as tratativas que estão acontecendo na região.