
Políticos catarinenses avaliam gestão Temer

Política
sexta-feira, 04:00 - 27/05/2016

Medidas fiscais e econômicas foram as primeiras apostas do presidente interino Michel Temer (PMDB) para mostrar resultados em meio a instabilidade política que continua rondando o governo federal. Nas duas primeiras semanas, ações para equilibrar as contas públicas foram projetadas enquanto foram levantadas críticas pelo corte do Ministério da Cultura, formação do ministério sem mulheres e com citados na Operação Lava Jato e discursos conflitantes entre membros da equipe.
O deputado federal Esperidião Amin (PP) avalia que Temer fez escolhas sensatas para enfrentar a crise econômica, mas politicamente cometeu graves erros. O principal deles foi a composição da equipe, levando ao planalto nomes citados nas investigações de corrupção, sem representatividade federativa e de gênero.
“Prevalece a técnica do PMDB do loteamento para atender alas do partido. Politicamente o governo não fez nada certo. Quem me pediu para votar pelo impeachment está cobrando, a sociedade não foi para rua para isso”, pontuou Amin.
Os ministros empossados, para o deputado Mauro Mariani (PMDB), foram escolhidos com a intenção de enfrentar o desequilíbrio financeiro do governo. Para ele, o Ministro do Planejamento, Romero Jucá – afastado após o vazamento de áudio sugerindo pacto para barrar a Java Jato – era peça fundamental pelo conhecimento técnico. A retirada dele horas após a divulgação do material demonstra posicionamento firme de Temer. “Todo mundo sabe que existe um processo de impeachment, o momento político é complexo”, avaliou.
Para o deputado catarinense, o primeiro ponto positivo foi apresentar com transparência as contas públicas. “Paramos com ilusionismo que se tinha dinheiro para tudo. A prioridade tem que resolver o desenvolvimento econômico, a partir disso teremos dinheiro para saúde, educação e projetos”, ponderou.
Para o senador Dalírio Beber (PSDB) a agenda do governo é considerada positiva por trazer práticas administrativas da iniciativa privada. Projetos para a profissionalização dos diretores dos fundos de previdência privada, empresas públicas e o fim da exclusividade da Petrobrás na extração de petróleo do pré-sal são vistas positivamente. “A empresa não pode ser gerida por interesses ideológico de um partido, da mesma forma os acordos econômicos. Voltamos a criar uma expectativa”, afirma.
A próxima meta é conseguir aprovação do teto para os gastos do governo, estabelecido pela inflação do ano anterior. Para Mariani, a medida é realista e cria condições de enfrentar o déficit nas contas do governo. Amin avalia que é possível aprovar o projeto, desde que sejam estabelecidas prioridades e saúde e educação não percam orçamento.

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