Polícia Federal inidicia prefeito de Florianópolis na Operação Chabu

Gean tirou férias durante a pandemia | Foto Crisrtiano Andujar/PMF/Arquivo

Por: Ewaldo Willerding Neto

07/12/2019 - 11:12 - Atualizada em: 07/12/2019 - 11:29

A Polícia Federal indiciou o prefeito de Florianópolis Gean Loureiro e outras 16 pessoas no relatório da Operação Chabu, que foi deflagrada em 18 de junho com foco em uma suposta organização criminosa que atuaria para atrapalhar investigações da própria PF.

O delegado Daniel Brasil Carvalho Nascimento atribuiu a eles os crimes de corrupção passiva (três vezes), organização criminosa e o ato embaraçar investigação.

O inquérito de 580 páginas e foi enviado ao Tribunal Regional Federal da 4 Região (TRF4), em Porto Alegre. O relator é o desembargador Leandro Paulsen, integrante da 8ª Turma.

Alívio com fim da investigação

Na manhã deste sábado (7), em entrevista coletiva, Gean Loureiro se mostrou surpreso com o indiciamento porque, segundo ele, todos os esclarecimentos foram feitos no dia em que a operação foi deflagrada e ele ficou por mais de 8 horas prestando depoimento na sede a PF.

Ação da Polícia Federal foi deflagrada em 18 de junho | Foto Ewaldo Willerding/OCPNews

“Foi um dos momentos mais tristes da minha vida. A Polícia Federal entrou na minha casa com forte aparato, vasculhou minha vida e de minha família. E todos os esclarecimentos foram prestados”, disse ele. “Mas eu ainda acredito na PF apesar deste erro”, reforçou.

Gean disse ainda que fica aliviado com o final do inquérito e tem certeza de que poderá reforçar os esclarecimentos na Justiça. “Pelo menos acabou essa investigação na minha vida e na vida de minha família. Vocês imaginam o que é para a minha filha adolescente ter seu telefone retido pela PF e ter sua intimidade vasculhada”, destacou.

O indiciamento de Gean às vésperas de ano eleitoral já repercutem no ambiente político de Florianópolis. Ainda na manhã deste sábado o vereador Afrânio Bopré (PSOL) usou suas redes sociais para expor sua indignação. “O Gean deve ser afastar. Não é aceitável que siga à frente da prefeitura, fazendo de conta que não é nada demais ser indiciado pela Polícia Federal”, disparou.

Vereador pede afastamento do prefeito | Foto Ewaldo Willerding/OCPNews

Nota oficial

Antes da coletiva à imprensa, Gean emitiu nota sobre o assunto. Confira:

“Desde a operação da polícia no dia 18 de junho não consigo dormir direito. Aquela cena de estarem na porta da minha casa às 6h da manhã, mexerem nas coisas da minha família, levarem os “perigosos” computadores com adesivos de florzinha e celulares de minhas filhas adolescentes, nunca mais sairá da minha cabeça. E desde aquele dia, não consigo dormir uma noite sequer esperando pelo relatório final da Polícia. Enfim ele chegou hoje. Na peça, as mesmas conclusões distorcidas e confusas que já esclareci no dia da operação, apenas uma repetição de fatos com os mesmos indícios para tentar justificar a minha prisão ou afastamento do prefeito de uma capital! Primeiro, ainda insistem na tal SALA SECRETA. Onde ela está e o que eu ganharia com isso? Aliás, se alguém quiser visitar o meu gabinete, dito sala secreta, fiquem a vontade! Depois, chegaram ao ABSURDO de dizer que a Operação Asfaltaço é um nome para eu avisar as pessoas sobre operações da polícia federal. É claro que quem escreveu esse relatório não é daqui e não conhece a realidade local. Mas pedir minha prisão por causa disso? Parar uma cidade de 500 mil habitantes por conta dessas imaginações?

Fato é que a operação encerrou e como esperado estou indiciado por crimes que até agora não sei quais são ou o que eu ganharia com eles. De uma certa forma, traz alívio para mim e para minha família, pois agora sei que, de fato, foi um grande absurdo tudo que fizeram naquele dia. Felizmente o processo pode avançar agora e me adiantarei sempre para responder qualquer questionamento e finalizar de uma vez essa tortura. Estou de peito aberto, chamei uma coletiva de imprensa agora de manhã, para falar tudo sobre o que recebi do relatório, afinal o relatório que era pra estar em segredo de justiça já está vazando. Não vou esperar chegar a informação para vocês, eu mesmo venho contá-la. Não vou me esconder. Ficarei 24h por dia de hoje em diante a disposição de qualquer jornalista ou pessoa que tenha dúvidas sobre o que aconteceu.

Para finalizar, quero pedir desculpas. Para minha família, pela humilhação. Para meus amigos, pela preocupação. Para a cidade que confiou e confia em mim, por assistir nos jornais nacionais o prefeito afastado por conta de uma sala secreta que, de tão secreta, até hoje ninguém achou.

Após a coletiva, sigo no super-dezembro entregando obras. Essas injustiças me dão mais energia para trabalhar!

Gean Loureiro – Prefeito de Florianópolis.”

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