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Polícia Federal indicia filho de ditador africano por lavagem de dinheiro

Teodoro Nguema Obiang Mangue/Divulgação

Por: Pedro Leal

06/01/2025 - 15:01 - Atualizada em: 06/01/2025 - 15:19

A Polícia Federal indiciou o vice-presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Mangue, por lavagem de dinheiro no Brasil – ele foi indiciado com base na compra de um apartamento em São Paulo e por tentar entrar no país com cerca de US$ 16 milhões em dinheiro e bens de luxo.

As informações são do portal Metrópoles.

Teodorin é filho do ditador Teodoro Obiang, que governa o país africano há cerca de 40 anos; A investigação foi aberta em 2018 e concluída no ano passado. Obiang foi apontado pela revista Forbes como o oitavo governante mais rico do mundo, apesar da população do seu país ser considerada uma das mais pobres da Terra, sendo que 70 por cento vivem abaixo da linha de pobreza. Ele chegou ao poder após depor o tio, Francisco Macias, em 1979.

Com base na apuração da PF, o Ministério Público Federal denunciou Teodorin por lavagem de dinheiro. A denúncia inclui também um advogado brasileiro, outro português e uma cidadã francesa.

Todos, segundo a PF, envolvidos na lavagem de valores desviados do país africano.

O objeto inicial da apuração era a compra, em 2007, de uma cobertura de luxo no bairro dos Jardins, em São Paulo, por R$ 15,6 milhões.

Em setembro de 2018, após Teodorin tentar utilizar o passaporte diplomático para entrar no Brasil em posse de US$ 1,4 milhão em dinheiro e cerca de US$ 15,4 milhões em relógios de luxo, a PF expandiu a apuração.

Segundo a PF, tanto o dinheiro da compra do imóvel quanto dos bens de luxo tem origem ilícita e advém de crimes praticados por ele na Guiné Equatorial.

A investigação da PF aponta para possíveis desvios enquanto Teodorin ocupava cargos no governo do pai. Antes de ser vice-presidente, ele ocupou o posto de ministro da Agricultura e Florestas.

Entre 2007 e 2011, por exemplo, a renda anual como ministro era de US$ 100 mil e empresas em seu nome receberam cerca de US$ 60 milhões. Os gastos de Teodorin, no entanto, alcançaram no período US$ 130 milhões, de acordo com dados obtidos pela PF.

Além de ouvir uma série de testemunhas, a PF também efetuou pedidos de cooperação jurídica internacional para quatro países: Estados Unidos, França, Suíça e Portugal.

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).