Em meio à polêmica nacional envolvendo o mandado de prisão do ex-presidente Lula, Eduardo Pinho Moreira (MDB) tomou posse como governador de Santa Catarina em cerimônia que ocorreu na manhã desta sexta-feira (06), na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), em Florianópolis. Raimundo Colombo (PSD) renunciou oficialmente nesta quinta-feira (05) para concorrer ao Senado nas eleições de outubro.
O mais novo governador não quis comentar o caso do ex-presidente, limitou-se a dizer que “não estava sabendo”. Pinho Moreira assume o cargo demonstrando desenvoltura para articulação política, uma vez que o seu partido lidera o governo Federal, as prefeituras da Capital e de Joinville (a maior cidade do Estado) e conta com maior número de deputados na Alesc.
No discurso de posse, queixou-se do orçamento apertado e disse que pretende enxugar a máquina pública para não correr o risco de ultrapassar o limite legal de comprometimento com a folha dos servidores. Garantiu que cerca de 30% dos cargos comissionados não serão preenchidos.
Pinho Moreira mudou de ideia ao anunciar que manterá a Secretaria de Estado de Turismo, uma vez que já havia divulgado a extinção da pasta. Como justificativa, destacou os números apresentados pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina (Fecomércio-SC) nesta semana:
“O turismo é uma atividade econômica extremamente importante. Nós tivemos mais de R$ 2,5 milhões de turistas nessa temporada de verão. Eles renderam aos cofres dos catarinenses R$ 10,1 bilhões”, exaltou.
O governador falou ainda sobre a negativa do BNDES em destinar empréstimo de R$ 723 milhões ao Fundo de Apoio aos Municípios (Fundam). A promessa é direcionar o recurso a obras como a revitalização da SC-401, recuperação das pontes de acesso à Ilha, acesso ao aeroporto da Capital e outras obras em Major Vieira e Canoinhas.
“Vocês querem que eu faça o que? A partir do momento que o Fundam deixou de ser possível, vou usar o recurso para ações em obras estruturais e de segurança como já fiz”, respondeu em coletiva de imprensa logo após o ato de posse.
As prioridades do governo, anunciou, serão as secretarias de saúde e segurança pública. Pinho Moreira não falou de outras pastas como a assistência social e educação.
Questionado sobre possível candidatura a reeleição, Pinho Moreira não negou interesse, mas transferiu a responsabilidade para o partido.
“O PMDB tem um candidato colocado que é o Mauro Mariani, não vou me excluir e dizer que não quero, mas é o partido quem vai decidir”, concluiu.