PF faz operação para recolher provas relacionadas à prisão de executivos da J&F

Por: OCP News Jaraguá do Sul

11/09/2017 - 10:09 - Atualizada em: 11/09/2017 - 10:24

Agentes da Polícia Federal estão cumprindo nesta segunda-feira (11) cinco mandados de busca e apreensão, sendo quatro em São Paulo e um no Rio de Janeiro, na Operação Bocca, relacionada à prisão do empresário Joesley Batista, do grupo J&F, e do executivo da empresa, Ricardo Saud. Ambos estão desde domingo (10) na sede da superintendência da PF em São Paulo e devem ser transferidos para Brasília até o início da tarde.

Policiais e agentes do MPF chegaram à casa de Miller, na Lagoa, Zona Sul do Rio, às 6h e saíram por volta das 7h50, carregando uma bolsa e uma mochila. Eles procuravam por documentos que provem a ligação entre o ex-procurador e os delatores da JBS.

Essa operação ocorre em cumprimento à ordem judicial expedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, que acolheu o pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de prisão temporária de Joesley Batista e Saud. O nome “Bocca” refere-se a “Bocca della Verità“, cuja característica é seu papel como detector de mentiras. “Desde a Idade Média, acredita-se que se alguém contar uma mentira com a mão na boca da escultura, ela se fecharia ‘mordendo’ a mão do mentiroso”, diz a nota da PF.

As prisões foram motivadas pela constatação de Janot de que houve omissão de informações por parte dos delatores, ao receber um áudio de quatro horas de uma conversa dos executivos da J&F Joesley Batista e Ricardo Saud, que mencionavam o ex-procurador da República Marcelo Miller. Também foi feito o pedido de prisão temporária de Miller, mas Fachin avaliou que não há elemento indiciário suficiente para tal procedimento.

Em nota, a defesa de Marcello Miller disse que ele recebeu com tranquilidade o pedido de buscas no seu apartamento e colaborou apresentando tudo o que foi solicitado. Anteriormente, a defesa do ex-procurador já havia dito que “repudia veementemente o conteúdo fantasioso e ofensivo das menções ao seu nome nas gravações divulgadas na imprensa e reitera que jamais fez jogo duplo ou agiu contra a lei”.