Paixão pelo chá vira negócio de sucesso na internet

Por: OCP News Jaraguá do Sul

04/08/2017 - 06:08 - Atualizada em: 04/08/2017 - 11:47

Dizem que o chá tem a capacidade de curar muitos males, dos que envolvem o corpo àqueles ligados ao coração. Tal fama não é à toa: neste universo marcado por sabores diversificados e muitas vezes surpreendentes, não é só o prazer de degustar que encanta os apreciadores, mas todo o ritual que envolve o cultivo e o preparo desta bebida milenar. Até a origem do chá traz consigo uma história fantástica – diz a lenda que a bebida foi criada ao acaso quando as folhas de uma árvore caíram sobre a água fervida pelo imperador chinês Shen Nung, em 2700 antes de Cristo.

Foi também por obra do acaso que a jaraguaense Helena Leigue, de 32 anos, descobriu sua paixão pela bebida. Há alguns anos, em meio a uma viagem internacional, uma visita ocasional a uma loja de chás despertou fascínio e curiosidade, evento que levou a advogada a largar a profissão para se tornar sommelier e designer de chás. Dali em diante o interesse pela bebida só cresceu, assim como a vontade de compartilhar as descobertas feitas a cada degustação.

Deste desejo surgiu o Diário do Chá, uma empresa inovadora que busca enriquecer a experiência de quem, assim como Helena, é apaixonado pela bebida. O projeto teve início em agosto de 2015, por meio das redes sociais, e cresceu até se tornar um clube de assinaturas, em janeiro deste ano. Hoje com mais de 39 mil seguidores no Instagram e quase 30 mil no Facebook, a empresa é responsável por levar o prazer do chá aos quatro cantos do Brasil.

“Muitas pessoas entendem o chá como um remédio, mas nós queremos mostrar o prazer da bebida, assim como é com o vinho ou o café. Queremos mostrar toda a experiência que envolve o chá, todo o ritual”, diz Helena, que conta com o apoio do amigo Henrique Aguiar, de 39 anos, e do marido, Luis Leigue, de 33, ambos publicitários, para colocar a proposta em prática.

Para encontrar o formato que melhor atendesse aos objetivos da empresa, os três sócios passaram mais de um ano pesquisando e planejando cada detalhe do negócio, conta Aguiar, responsável pela parte administrativa do Diário do Chá. “Nos preparamos muito, pesquisamos o mercado, a concorrência, desenvolvendo a identidade. Tínhamos certeza de uma coisa: queríamos montar uma empresa que fosse do bem. Tanto é que o nosso DNA é bem-estar, até por que o chá proporciona isso”, explica o empresário.

 

Curadoria especializada para se destacar no mercado

A proposta é simples, mas arrojada: mensalmente, a empresa realiza uma curadoria dos melhores chás nacionais e importados e, por meio de parcerias, leva estes sabores diretamente para a casa dos clientes. As vendas são feitas pela internet, onde o consumidor pode escolher duas opções de pacotes: o mensal e o semestral. Há ainda a possibilidade de optar pelo “experimente”, um plano especial e unitário para quem deseja conhecer o serviço.

“A cada caixa é feita uma análise técnica dos chás, da erva seca, da erva molhada, do licor. Tem todo um cuidado para garantir uma seleção especial”, conta Helena. Junto com as ervas para preparo da bebida, os assinantes recebem um guia informativo com dados sobre a aparência, o aroma, o sabor e o preparo dos chás. Por meio deste material é possível saber, por exemplo, se aquele chá deve ser apreciado quente ou frio e quais os melhores acompanhamentos para uma experiência completa.

“Criamos receitas como risotos e massas que podem ser preparadas com a base do chá, assim como sugestões de queijos, bolos e pratos que harmonizam com a aquele blend”, ressalta Helena. “Buscamos informações para as pessoas começarem a entender de chá. Quando trabalhamos com a erva o preparo é diferente do que estamos acostumados, muitas exigem uma temperatura específica na água ou outros detalhes que fazem a diferença”, complementa Aguiar.

 

Conhecimento para despertar o interesse do consumidor

Algumas curiosidades ajudam a despertar o interesse dos clientes. Helena explica, por exemplo, que o chá é semelhante ao vinho, e fatores como a altitude, o clima ou o terroir (solo) influenciam no sabor. “Existe um chá indiano chamado Darjeeling, por exemplo, que é considerado o champagne dos chás por ser plantado a dois mil metros de altura e ter o aroma baseado em uma uva chamada moscatel”, aponta a empresária.

Outra curiosidade diz respeito à própria definição de chá: “o chá é proveniente apenas de uma planta, chamada camellia sinensis. Dela derivam o chá branco, verde, amarelo, oolong [chá tradicional chinês], preto e escuro. Já as outras ervas, como camomila ou erva cidreira, são chamadas de infusão”, ensina ela.

Tanto cuidado com os detalhes tem atraído consumidores de todo o País – Santa Catarina e São Paulo estão entre os principais compradores, mas a empresa já chegou a enviar chás para até mesmo para o Acre. “Não é só um produto, é um serviço, e tudo leva o nosso toque. Quem faz o contato com os clientes são os próprios sócios, esse envolvimento é importante”, destaca Aguiar, que agora trabalha no desenvolvimento de um e-commerce voltado para acessórios de preparo ao chá. “A ideia é lançar em um ou dois meses”, adianta ele.