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Odair Tramontin, do Novo, pode ser a grande surpresa destas eleições

Foto: Áurea Arendartchuk

Por: Bruno Gallas

11/08/2022 - 16:08 - Atualizada em: 12/08/2022 - 15:54

Com as definições de todos os candidatos ao Governo do Estado que concorrerão nas eleições de outubro, já é possível conjecturar cenários para as semanas que se aproximam. Uma delas se dá a partir da análise da candidatura de Odair Tramontin (Novo), um nome recente na política catarinense e também primeiro candidato oficializado a partir das convenções partidárias estaduais.

Com dois debates já realizados, é possível perceber uma simpatia ao discurso de Tramontin por parte da população catarinense, em especial no Norte, que elegeu Adriano Silva como prefeito de Joinville – único chefe de Executivo Municipal do partido no Brasil – e tem em Jaraguá do Sul dois vereadores: Rodrigo Livramento e Sirley Maria Schappo. Além disso, Gilson Marques, de Pomerode, pertinho de Jaraguá, é único deputado federal da legenda por Santa Catarina.

Muito disso se dá pelo caráter econômico da região e de uma filosofia liberal que há muito acompanha a inclinação eleitoral do povo catarinense. Nas falas do candidato, se ouve muito o sublinhar do fato de que seu partido não utiliza recursos do Fundo Eleitoral, o famoso “fundão”, isso é, recursos públicos para campanha política. Coisa que também agrada o eleitorado.

Traçando uma linha sobre o rápido crescimento do partido no estado e tendo em vista o fato de que Santa Catarina teve retas finais com grandes reviravoltas no passado recente, há motivos para supor que Tramontin pode surpreender durante esta corrida majoritária.

A última destas surpresas foi o atual governador Carlos Moisés (Republicanos). Moisés começou a corrida como um desconhecido, sendo chamado de “azarão” e, contra o que dizia o Ibope, foi para o segundo turno, deixando de fora da disputa Mauro Mariani (MDB) e depois levando a melhor contra Gelson Merisio (na época no PSD) com 71,09% dos votos válidos, empurrado pela onda Bolsonaro. Outra surpresa foi quando Luiz Henrique da Silveira virou a eleição de 2002 e bateu o então governador Esperidião Amin (Progressistas).

Seria possível uma nova surpresa este ano, envolvendo novamente um nome novo no cenário político? Odair foi procurado pela reportagem da OCP News, oportunidade que usou para explicar algumas de suas ideias e planos para Santa Catarina, além das urgências que o Partido enxerga em nosso Estado.

Foi incisivo nas respostas, mostrando um discurso maduro alinhado a uma direita “comportada”, que, espelhando o discurso liberal clássico, quer “tirar o Estado do caminho de quem quer empreender”.

Urgências e soluções

O Plano de Governo em si, segundo Tramontin, está em fase final de elaboração. No entanto, alguns pontos estratégicos foram adiantados sobre sua elaboração. Entre eles, a infraestrutura rodoviária, de eletricidade e, principalmente, na área da saúde.

“Os hospitais catarinenses estão com grandes dificuldades de prestar seus serviços. As filas de espera para realização de exames e cirurgias estão cada vez maiores. A reclamação especial, pelo que percebo, é de que muitos pacientes devem ser deslocados para outras regiões para receber tratamento. […] São cerca de 120 mil catarinenses implorando por uma cirurgia que não acontece. Milhares esperando por exames que são agendados, mas nunca realizados. Milhares tendo de se locomover de uma região a outra para receber tratamento adequado”, afirma.

O candidato ainda enxerga problemas na área da educação, em especial quando se trata de profissionalização, com pouca mão de obra especializada exercendo funções dentro do estado. Diz também que a solução para a ampla maioria destes gargalos está na ampliação das liberdades econômicas.

“Precisamos tratar com muito cuidado a questão da desburocratização. Nós queremos tornar o ambiente de negócios o mais atrativo possível, mais fácil possível. Queremos tirar o Estado do caminho de quem quer empreender pois acreditamos que é assim que o Estado se desenvolve, gera mais riqueza, mais tributos e presta melhores serviços”.

Corrida sem coligações

Tramontin explica que é em razão desta filosofia, pilar central do partido, que a sigla optou por concorrer ao Governo do Estado em composição pura, sem coligações.

“Não coligamos pois não encontramos aqui um partido que defenda as mesmas ideias. Que não utilize dinheiro do Fundão, que também defenda que o Estado deve ser mais enxuto e eficiente. De forma alguma temos o monopólio da virtude, mas queremos aplicar nossas ideias de fato. Fazer um governo absolutamente técnico só é possível sem coligação. Pois ela implica o repartimento de cargos públicos, o ‘toma lá, dá cá’”.

Vale do Itapocu

Questionado sobre o que pode fazer para contribuir para a região do Vale do Itapocu, Odair salientou demandas energéticas e estruturais, gargalos para que a região continue crescendo. Propõe que muitas obras sejam federalizadas, com uma união entre os representantes catarinenses dos Poderes para exigência de suas realizações.

“O governador tem que fazer as obras que são de sua alçada. Mas tem que ser um líder que, junto a parlamentares, deputados e senadores, vá até o Governo Federal para exigir a realização das obras. As da [BR-]280, por exemplo, estão há muito tempo pendentes. Precisamos concluir pois a estrutura rodoviária inibe o desenvolvimento”, afirma.

Outro ponto citado é a demanda energética, principalmente ao que tange a instalação de novos empreendimentos na região.

“Em Jaraguá do Sul, Schroeder, Guaramirim, por exemplo, precisamos enfrentar a deficiência na entrega de energia elétrica, que tem sido um problema para instalação de novas indústrias, além da expansão das já existentes. Precisamos que o ambiente da indústria funcione a pleno vapor, como é a característica desta região”.

 

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