Oswaldo Aranha foi um importante diplomata e político brasileiro, cujo papel na criação do Estado de Israel é amplamente reconhecido, especialmente por sua atuação como presidente da Assembleia Geral da ONU em 1947.
Nascido em Alegrete, no Rio Grande do Sul, em 1894, Aranha teve uma longa carreira pública, passando por diversos cargos no governo brasileiro, incluindo o de ministro das Relações Exteriores. No entanto, sua contribuição histórica mais notável ocorreu no cenário internacional, durante o processo de partição da Palestina.
Em 1947, a questão da Palestina estava em debate na ONU, com grande pressão para encontrar uma solução para o conflito entre judeus e árabes.
A proposta de partição, sugerida por um comitê especial da ONU, previa a criação de dois Estados independentes, um judeu e outro árabe, dividindo o território da Palestina, então sob mandato britânico. A proposta gerou grandes discussões e polarizações entre as potências mundiais e os países membros da ONU.
Articulação
Oswaldo Aranha, como presidente da Segunda Sessão Especial da Assembleia Geral da ONU, desempenhou um papel fundamental nesse processo. Seu prestígio diplomático e habilidade de articulação foram essenciais para garantir que a votação sobre a partição fosse realizada, apesar de pressões contrárias.
Ele adiou a votação para dar mais tempo a alguns países que ainda estavam indecisos, o que foi decisivo para a aprovação da Resolução 181, em 29 de novembro de 1947. Essa resolução recomendava a divisão da Palestina e estabelecia as bases para a criação do Estado de Israel.
Aranha é amplamente celebrado pela comunidade judaica por seu apoio à criação de Israel. Seu trabalho na ONU é visto como um marco crucial no reconhecimento internacional do novo Estado judeu.
Embora sua atuação tenha sido motivada por um compromisso com o multilateralismo e o respeito às decisões da ONU, sua postura a favor da partição o colocou no centro de um dos momentos mais importantes do século 20.
Brasileiro reverenciado em Israel
Por sua contribuição, Oswaldo Aranha é lembrado com reverência em Israel, sendo homenageado em cerimônias e até mesmo tendo ruas e praças batizadas com seu nome em algumas cidades israelenses.
Sua diplomacia e liderança na ONU foram fatores essenciais para a formação de Israel como um Estado soberano, marcando sua posição na história mundial como um dos grandes defensores da solução para o conflito na Palestina daquele período.