Novo governador de Santa Catarina tem Saúde e Segurança como foco de trabalho

Por: OCP News Jaraguá do Sul

17/01/2018 - 06:01 - Atualizada em: 18/01/2018 - 07:56

A formação de um novo governo catarinense já começou. Com o anúncio da futura renúncia do governador Raimundo Colombo (PSD), o vice-governador Eduardo Pinho Moreira (PMDB) tem participado mais intensamente das reuniões e decisões do governo. Desde o dia 1º de janeiro, os dois gestores trabalham na transição do comando do estado.

Colombo tem até abril de 2018 para abdicar do governo para então confirmar a candidatura ao Senado Federal, mas começa a se afastar nas próximas semanas. A partir do dia 16 de fevereiro, ele entra em licença para fazer um curso de ciências políticas, na Espanha.

Por conta disso, Eduardo Pinho Moreira já começa a deliberar à frente de Santa Catarina, e trabalha na formação de sua equipe de Governo. O vice-governador deve assumir como governador em 16 de fevereiro, em solenidade no Teatro Pedro Ivo. Já com novos secretários.

A reportagem da Rede OCP News conversou com exclusividade com Moreira, que falou sobre os desafios e prioridades na gestão do estado, e os planos para a região de Joinville e Jaraguá do Sul. Confira:

 

Entrevista: | Vice-governador de Santa Catarina, Eduardo Pinho Moreira

 

OCP: Qual é o balanço que o senhor faz destes anos que atuou como vice-governador? Quais foram os principais avanços, principalmente no que se refere a região de Joinville e Jaraguá do Sul?

Eduardo Pinho Moreira: Foram anos intensos, de muitas dificuldades em decorrência do quadro econômico nacional. Mesmo assim, Santa Catarina deu, mais uma vez, prova da sua força e superamos a maior parte dos problemas financeiros sem a necessidade de elevarmos os impostos e mantendo os investimentos. Apenas em Jaraguá do Sul e Joinville, essa gestão investiu R$ 390 milhões em ações.

 

OCP: Há uma preocupação maior para esta região industrial, tão importante para a economia do estado?

Moreira: O governo do Estado está preocupado com o desenvolvimento de toda Santa Catarina, não apenas desta ou daquela região. Mas a não elevação dos impostos, enquanto a maioria dos estados brasileiros adotou a medida como principal alternativa para enfrentar a grave crise econômica brasileira, contribuiu significativamente para a manutenção do nosso parque industrial em franca atividade e, consequentemente, dos empregos. Em novembro passado, por exemplo, Santa Catarina foi o segundo estado com maior geração de empregos ao criar 4,9 mil vagas formais, enquanto no País desapareceram 12,3 mil postos de trabalho. Aliás, em 2017, o setor industrial de Joinville liderou a geração de postos de trabalho, com 27,7 mil vagas.

 

OCP: Assumindo o governo, haverá uma mudança no primeiro e segundo escalão, principalmente devido ao afastamento de muitos profissionais que também se candidatam a funções públicas no próximo pleito. Já há nomes de novos secretários? Algum será da região de Joinville e Jaraguá do Sul?

Moreira: Embora alguns nomes já sejam de conhecimento público, como Acélio Casagrande na Saúde; Luciano Veloso Lima na Casa Civil; Paulo Eli na Fazenda, o meu grupo de trabalho ainda está sendo formado e dia 16 de fevereiro assumirei como governador em exercício já com a nova equipe, com foco em Saúde e Segurança Pública.

 

OCP: O governo tem tido certa dificuldade para tratar das questões financeiras na Saúde. Principalmente em relação aos hospitais do estado que hoje são geridos por Organizações Sociais, como o Hospital Infantil de Joinville. Como o senhor vai atuar nesta questão? Saúde realmente é a grande prioridade do governo?

Moreira: O futuro secretário Acélio Casagrande está iniciando o trabalho de transição para assumir a pasta da Saúde e, tão logo tenha as primeiras medidas definidas, vamos divulgá-las. Mas tenha certeza que, como médico, terei forte atuação junto a pasta.

Eduardo Pinho Moreira assume posto de governador em 16 de fevereiro | Foto Divulgação/OCP

 

OCP: Os mesmos problemas da Saúde, também tem sido enfrentado na Segurança Pública. Joinville bateu recordes no número de assassinatos no ano passado. Como o senhor vê esta situação e como vai ser sua administração neste sentido?

Moreira: A queda nos índices de segurança pública é um problema nacional. Mesmo assim, Santa Catarina continua sendo um dos estados mais seguros do País. Também não podemos esquecer que Jaraguá do Sul foi apontada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em outubro passado, como a cidade com a menor taxa de homicídios do Brasil. Fui surpreendido com o desejo do atual secretário de Segurança de deixar a pasta e, portanto, ainda estou examinando nomes para substituí-lo para, depois, definir o programa de ação. Mas, como disse anteriormente, a área de segurança será uma das minhas prioridades.

 

OCP: O que a região ganha com o senhor à frente do governo. O que planeja para Joinville, Jaraguá do Sul e cidades vizinhas. Teremos mais recursos?

Moreira: Como já disse, o governo do Estado atua para o desenvolvimento de toda Santa Catarina, mas pode estar certo que serei um forte aliado das administrações dos prefeitos Udo Döhler (PMDB) e Antídio Lunelli (PMDB), aliás, como tenho sido desde as eleições deles.

 

OCP: Como o senhor recebeu a avaliação do Portal G1, que colocou o Governo Colombo como o terceiro que mais cumpriu as promessas de campanha?

Moreira: Com grande satisfação, pois participo desta gestão e as promessas de campanha do governador Raimundo Colombo também eram as minhas. Mais do que ninguém, sei o esforço que o governo do Estado empreendeu para que o nosso programa de governo fosse implementado e as dificuldades que enfrentamos, especialmente para superar as constantes quedas de arrecadação provocadas pela diminuição da atividade econômica no País.

 

OCP: Assumindo o governo agora, o senhor praticamente descarta a possibilidade de concorrer a uma função pública no próximo pleito, mas pode concorrer à reeleição como governador, certo? Quais são seus planos para 2019?

Moreira: Como dizia o ex-governador e senador Luiz Henrique, muita água passará por baixo da ponte até a convenção do MDB, porém meu candidato ao governo do Estado é o deputado federal Mauro Mariani, como enfatizei nas visitas aos prefeitos Antídio Lunelli e Udo Döhler ano passado. Também acho que ainda é cedo para abandonar vida pública, depois de toda a experiência que adquiri desde o meu primeiro mandato, de 1987 a 1991, como deputado federal por duas vezes, e depois como prefeito de Criciúma, secretário de estado da Casa Civil, presidente da Celesc e dos conselhos estaduais de Energia e de Tecnologia da Informação e Comunicação e vice-governador por três vezes.

*Reportagem de Windson Prado