Nova norma assinada por Biden reduz processo de deportação de imigrantes ilegais para questão de horas

Foto: Reprodução/Instagram

Por: Pedro Leal

04/06/2024 - 20:06 - Atualizada em: 04/06/2024 - 20:47

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta terça-feira (4) novas medidas para barrar a chegada de imigrantes que entram de forma ilegal no país atravessando a fronteira com o México.

As informações são do portal G1, da Associated Press e do Washington Post.

Atualmente, quem chega de irregularmente aos EUA pode solicitar o visto de asilo e, se provar que sofre perseguição ou está em fuga de uma situação de conflito, consegue obter essa condição.

Com a nova normativa, quem cruzar a fronteira de forma irregular não poderá receber a condição de exilados, a não ser em condições especiais.

Se o número de imigrantes cair para 1.500 por dia, a nova regra é temporariamente suspensa. Caso o número suba para 2.500 por dia, em média, durante uma semana, a regra volta a valer.

O presidente Biden afirmou que a ideia é tentar baixar o fluxo de imigrantes para que o sistema do governo dos EUA dê conta de gerenciar a quantidade de pedidos.

Ele afirmou que aqueles que vão aos EUA com uma data agendada para uma entrevista formal ainda poderão receber asilo.

Segundo a imprensa americana, com a nova norma a deportação para quem for recusado poderá ocorrer em prazo de dias ou até horas. Essas pessoas serão expulsas de volta para o país de origem ou para o México.

De acordo com estimativas do Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS, na sigla em inglês), 230 mil brasileiros entraram de forma ilegal no país.

No ranking das nacionalidades com os maiores números de imigrantes não autorizados, o Brasil ficou em 8º. O relatório foi divulgado em abril deste anos, e os números são relativos a 2022.

Ranking de imigrantes irregulares nos EUA em 2022

  1. México 4,8 milhões
  2. Guatemala 750 mil
  3. El Salvador 710 mil
  4. Honduras 560 mil
  5. Filipinas 350 mil
  6. Venezuela 320 mil
  7. Colômbia 240 mil
  8. Brasil 230 mil
  9. Índia 220 mil
  10. China 210 mil
Fonte: Department of Homeland Security

Segundo o jornal “The Washington Post”, desde que Biden assumiu o governo, há um acordo entre EUA e México pelo qual parte dos irregulares é expulsa de volta para o México —mesmo se não forem mexicanos. No entanto, o México recebe preferencialmente pessoas da América Central, especialmente cubanos e haitianos, além de venezuelanos.

As regras foram baixadas por meio de uma ordem executiva – equivalente a um decreto. No início de sua gestão, o presidente dos EUA assinou uma ordem executiva reabrindo as fronteiras com o México, fechadas por Trump na época da pandemia, e congelando as deportações na época.

As ações, segundo a Casa Branca, só entrarão em vigor “quando níveis elevados de chegadas na fronteira sul excedam a nossa capacidade” de receber o número de pessoas.

O governo Biden argumentou que o pacote “facilitará a imigração legal para remover aqueles sem base legal” para entrar no país.

O texto, segundo a Associated Press apurou com fontes do governo, já estava em fase de finalização havia semanas, mas Biden quis aguardar o resultado das eleições no México, que ocorreram no domingo (2) e nas quais a candidata do governo, Claudia Sheinbaum, saiu vitoriosa.

A assinatura da ordem executiva será feita nesta tarde em uma cerimônia na Casa Branca para a qual Biden convidou uma série de prefeitos — inclusive republicanos — de cidades no Texas que fazem fronteira com o México.

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).