A nova diretoria da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Jaraguá do Sul foi apresentada ontem no Centro Empresarial. Após 12 anos sem concorrência, os mais de 600 advogados habilitados da região foram responsáveis por eleger, no fim do ano passado, a chapa liderada por Luciane Mortari Zechini.
Em mais de 30 anos de existência, 13 gestões passaram pela 23ª subsecção – também responsável pelas atividades da classe nos municípios de Corupá, Guaramirim, Massaranduba e Schroeder. Luciane é a primeira mulher a se tornar presidente e leva à instituição uma diretoria predominantemente feminina. Priscila Brognoli ocupa o cargo de secretária, Maisa Innella é segunda secretária, Edemar Utpadel, tesoureiro, e Theo Sasse, vice-presidente.
Entre os projetos para a gestão, que segue até 2018, Luciane cita a necessidade de pleitear a abertura de duas novas varas cíveis em Jaraguá do Sul e Guaramirim para acelerar os processos. No longo prazo, a diretoria aposta também na reativação de comissões para fortalecer o contato com a comunidade. Uma das primeiras ações da nova gestão é coibir o exercício da profissão por parte de bacharéis que não são registrados na OAB.
OCP – Quais são as primeiras ações da nova diretoria?
Luciane Mortari Zechini – Eu já tomei posse desde primeiro de janeiro. As principais ações que temos tomado são para a defesa das prerrogativas dos advogados. A gente tem visto que alguns bacharéis em Direito estão advogando sem o devido cumprimento do exame da Ordem, então queremos primeiro coibir esse tipo de situação. Estamos trabalhando agora nas nomeações dos colegas para as comissões, de educação e direito eleitoral, para neste primeiro semestre empreender algumas ações e se inteirar dos anseios da comunidade.
Quais as necessidades para trabalho no longo prazo?
Nós precisamos trazer para Jaragua do Sul e para Guaramirim mais uma vara. Temos atualmente o acúmulo de processos nas nossas varas que trazem morosidade na Justiça. Não só em Jaraguá, esse é mais um problema vivenciado em todo o Brasil. Vamos trabalhar com as autoridades, vamos fazer campanha com nossos deputados estaduais para fazer comitivas e solicitar que tenhamos mais uma vara cível em cada uma das duas cidades. E também precisamos de mais uma vara da Justiça do Trabalho, que não atende a demanda. São vários os projetos que procuramos encampar antes de terminar a gestão.
Em ano eleitoral, de que forma a OAB deve contribuir para manter a democracia?
Vamos criar a comissão OAB Eleitoral para ajudar, especialmente, na fiscalização. Estamos vivenciando momento nevrálgico no nosso país, vivenciando muita corrupção. A OAB nacional tem uma campanha e vamos seguir esse modelo, conscientizando através de ações e explicando para os cidadãos que voto não tem preço.
Uma das suas bandeiras foi fortalecer a atuação da ordem com a comunidade, principalmente na relação com a educação. Já foi feito algum alinhamento nesse projeto?
Já estamos nomeando colegas que vão assumir a comissão que chamamos de OAB Vai à Escola. Nomeados em Corupá, Massaranduba, Schroeder e Guaramirim. E estamos em vias para indicar em Jaraguá do Sul. Estamos em contato com as redes pública e particular para marcar momentos de bate-papo, apresentar a Constituição e o Estatuto dos Direitos da Criança e do Adolescente. Vamos trabalhar a questão de cidadania, direitos e obrigações.
A senhora é a primeira mulher presidente da OAB na cidade. Como enxerga essa representatividade?
A minha eleição foi pautada na minha trajetória de trabalho dentro da OAB. Nunca massifiquei a questão de gênero, mas, querendo ou não, é uma realidade. Sou a primeira mulher eleita para presidir a ordem. Tenho tido a graça de contar com a receptividade de todos os ex-presidentes e todos os homens da classe, e nós, mulheres, ganhamos mostrando força, garra e zelo pelo trabalho. Só quero deixar uma marca registrada com a minha gestão.