“Não há justiça no Supremo”, diz Dallagnol ao desistir de recurso para recuperar mandato

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Por: Pedro Leal

19/09/2023 - 08:09

O ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) anunciou na noite desta segunda-feira (18) que não irá recorrer ao Supremo Tribunal (STF) para tentar reverter a cassação de seu mandato.

A decisão vem depois que, aa semana passada, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) formou maioria para manter o afastamento ex-procurador da Lava Jato da Câmara dos Deputados.

Ele ainda tinha direito ao chamado “recurso extraordinário” na Corte. As informações são da Gazeta do Povo.

Em nota, o ex-procurador da Lava Jato disse que “Não há justiça no Supremo”. Em maio, o TSE acatou, por unanimidade, o recurso apresentado pela Federação Brasil da Esperança contra o ex-chefe da força-tarefa da Lava Jato.

“Eu sempre lutei por justiça, mas infelizmente não a reconheço nas decisões tomadas pela maioria do STF hoje. O STF está destruindo a democracia que deveria proteger, com decisões cada vez mais arbitrárias. No STF, eu seria julgado pelos mesmos ministros que cassaram meu mandato em um exercício de futurologia e pelos mesmos ministros que mataram a Lava Jato, como Gilmar Mendes e Dias Toffoli, que dominam hoje na Corte”, acrescentou.

Ele afirma que o STF “tem atuado de maneira política, arbitrária e ilegal, fora do que prevê a Constituição Federal e desrespeitando os demais Poderes”. “Ministros do Supremo que se diziam garantistas para aliados do Poder se revelaram punitivistas para quem consideram adversário do sistema”.

Ele contextualizou sua derrota nas Cortes Superiores citando a decisão do ministro Dias Toffoli de anular todos os atos tomados na esteira do acordo de leniência da construtora Odebrecht firmados pela Lava Jato.

“As decisões recentes do STF alimentam a desesperança e minam a credibilidade do tribunal, como aquela do ministro Toffoli que anulou todas as provas do acordo com a Odebrecht, em que ele mesmo foi citado, sem o devido embasamento e, ao mesmo tempo, segundo vários jornalistas, para fazer as pazes com Lula. Toffoli seria, aliás, o relator do meu caso no STF. Alguém acredita em um tribunal desses?”, questionou. Apesar de desistir de recuperar sua cadeira na Câmara, o ex-procurador afirmou que “não vai abandonar o Brasil ou a política como caminho para a mudança”.

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).