O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve na Câmara dos Deputados nesta segunda-feira (21), onde discursou para apoiadores e mostrou a tornozeleira eletrônica que passou a usar por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro classificou a medida como uma “humilhação”.
Moraes: Bolsonaro pode ser preso se descumprir medidas cautelares
“Não roubei os cofres públicos, não desviei recurso público, não matei ninguém, não trafiquei ninguém. Isso aqui é um símbolo da máxima humilhação em nosso país. Uma pessoa inocente. Covardia o que estão fazendo com um ex-presidente da República. Nós vamos enfrentar a tudo e a todos. O que vale para mim é a lei de Deus”, declarou.
Oposição abre ofensiva pró-Bolsonaro e contra “ditadura da toga”
As informações são do portal G1.
A tornozeleira foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, e atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que apontou risco de fuga do país e intimidação a ministros do STF, da PGR e da Polícia Federal.
O ex-presidente é réu, acusado de tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Bolsonaro tinha a intenção de participar de coletiva de imprensa ao lado dos deputados, mas foi demovido da ideia após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF proibindo que entrevistas com o ex-presidente fossem veiculadas nas redes sociais.
As declarações de Bolsonaro foram compartilhadas por apoiadores e outros usuários nas redes sociais, incluindo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
Ver essa foto no Instagram
A visita terminou em tumulto durante a saída de Bolsonaro. Uma mesa de vidro foi quebrada, e o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) ficou com o rosto ferido, segundo relato da deputada Caroline de Toni (PL-SC).
A assessoria do deputado informou que aparentemente Nikolas Ferreira foi atingido acidentalmente por um microfone no tumulto da saída de Bolsonaro.
O pedido da PGR
No documento enviado ao STF, a PGR afirmou que Bolsonaro e o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro atuaram para intimidar autoridades brasileiras e buscar sanções internacionais contra membros do STF, da PGR e da PF. O órgão afirmou ainda que Bolsonaro transferiu R$ 2 milhões ao filho, que estava no exterior promovendo ações consideradas obstrutivas.
Com isso, o procurador-geral Paulo Gonet Branco pediu:
- Tornozeleira eletrônica;
- Proibição de entrada em embaixadas estrangeiras;
- Proibição de contato com embaixadores.
- O relator do caso é o ministro Alexandre de Moraes.