Museu Emílio da Silva de Jaraguá do Sul é reinaugurado após passar por restauração

Emanuely aprende a história de Jaraguá do Sul no colo do irmão | Foto Gustavo Luzzani/OCP News

Por: Gustavo Luzzani

18/12/2019 - 16:12

Com os olhos arregalados e atentos a tudo que o irmão contava, a pequena Emanuely Victória Gumz, de sete anos, foi conhecendo a história de Jaraguá do Sul. E o dia para aprender não poderia ser melhor: 18 de dezembro, a data reinauguração do Museu Histórico Emílio da Silva.

O espaço, que fica na Praça Ângelo Piazera, no Centro, estava passando por obras de restauro desde maio. A reforma recebeu investimento de R$ 429 mil, dos quais, R$ 349 mil vieram do Fundo Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural, Arqueológico, Artístico e Natural e R$ 80 mil da Prefeitura.

A reinauguração do museu é importante para toda a cidade, mas é ainda mais especial para algumas pessoas. As lágrimas no rosto da chefe dos museus de Jaraguá do Sul Ivana Cavalcanti, demonstravam a emoção em ter certeza que a história do local terá continuidade.

Parte externa do museu também passou por obras de restauro | Foto Gustavo Luzzani/OCP News

Para ela, são histórias e histórias que revisitam esse canto tão querido para Ivana. A chefe dos museus ficou ainda mais feliz quando viu as crianças do coral da escola estadual Julius Karsten cantando três músicas na solenidade, pois para ela o passado está no museu e o futuro nas crianças.

“Os museus são guardiões da nossa história, das nossas memórias e dos nossos afetos. Isso aqui é impregnado de amor”, relata Ivana.

Durante a solenidade, o Prefeito de Jaraguá do Sul Antídio Lunelli, contou histórias de quando visitou o local quando era criança. Para ele, a restauração do imóvel é em respeito as memórias que construíram a cidade. A secretária de Cultura, Esporte e Lazer, Natália Lucia Petry, seguiu na mesma linha.

“É importante preservar a história da família e da sociedade. Essa obra tem um significado muito grande para nossa cidade”, diz.

Crianças conhecendo o museu

A cada passo, uma nova descoberta. A cada olhar, uma nova feição de surpresa. Com apenas seis, o menino Arthur Anacleto Bertoldi, caminhou por todos os lados do museu olhando atentamente para cada exposição.

“Ele é um menino muito esperto, sempre foi curioso e gosta de conhecer as coisas. Essa é a vida dele e o que ele gosta de fazer”, conta o pai do garoto Jurandyr Hilário Bertoldi.

Arthur em seu passeio pelo museu | Foto Gustavo Luzzani/OCP News

O dia era mesmo das crianças curiosas. Cristopher Eduardo Gumz resolveu levar a irmã Emanuely Victória Gumz, de sete anos, para o local. A menina sempre disposta a apreender fez até o irmão se surpreender. “Eu não sabia tanto da história de Jaraguá”, conta Cristopher, sorrindo. Quando não estava sorrindo, Emanuely estava concentrada na fala do ‘mano’. “Eu gosto de aprender história”, destacou.

O Museu Histórico Emílio da Silva reúne 3.415 peças catalogadas e outras cerca de 200 para serem catalogadas. Objetos que faziam parte do dia a dia no campo, como bicicletas antigas, artigos educacionais como as mesas duplas e réguas de madeira, lancheiras de lata e lousas de pedra fazem parte do acervo.

A história do local que guarda a história

Praticamente toda a cidade sabe que o prédio do museu abrigou a Prefeitura de Jaraguá do Sul. Mas o que alguns não sabem é que ele também foi sede do Fórum e da Câmara de Vereadores.

Constância Piazera, viúva de Ângelo Piazera doou o imóvel em 1926 para que fosse construída uma praça e a nova sede da prefeitura, que antes pagava aluguel e parte dela funcionava no segundo piso da casa de Tufie Mahfud, prédio em frente a Igreja Luterana do Centro.

Em 1939 iniciou a construção do prédio que abrigaria a Prefeitura, o Fórum e a Câmara de Vereadores. A inauguração aconteceu no dia 4 de outubro de 1941, com direito a reunião de nomes importantes de Jaraguá na época, pelas mãos do então prefeito Leônidas Cabral Herbster.

A letra “H” desenhada nos dois pilares centrais do prédio lembram o sobrenome do então prefeito de Jaraguá do Sul, o tenente Leônidas.

“No piso térreo funcionava a Prefeitura. No segundo piso, o Fórum e a Câmara. Na década de 1970, o Fórum saiu do prédio. Na década de 1980, foi a vez da Câmara”, pontua a historiadora Silvia Kita, do Arquivo Histórico de Jaraguá do Sul.

Mesmo assim, depois de alguns anos, faltou espaço para as estruturas administrativas da Prefeitura e em julho de 1997 o paço muncipal mudou-se do prédio, na gestão de Geraldo Werninghaus.

A estrutura onde hoje funciona o museu passou então pela sua primeira grande restauração. Ficou fechada até outubro de 2001, quando foi reinaugurada, já como Museu Histórico Municipal Emílio da Silva.

 

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